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Como Everton Ribeiro foi de reserva no Corinthians a bicampeão brasileiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

23/11/2014 19h00

Bicampeão nacional e com a possibilidade de se sagrar pela segunda vez consecutiva o craque do Campeonato Brasileiro. Quem vê o atual momento da carreira de Everton Ribeiro não tem ideia do que o meia-atacante, de 25 anos, passou para chegar à condição de ídolo do Cruzeiro e a jogador de seleção brasileira.

O Corinthians foi o primeiro clube do craque. Ainda como lateral esquerdo, ele foi promovido ao elenco profissional pelo técnico Paulo César Carpegiani em 2007, ano do rebaixamento do time paulista. A pequena participação naquela campanha - foram apenas quatro jogos - fez com que ele perdesse espaço no Parque São Jorge na temporada seguinte.

Emprestado ao São Caetano, onde também atuou na linha defensiva, o jogador, com 19 anos à época, tornou-se um dos destaques da equipe que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro. Ali, a sua carreira começou a mudar e Everton Ribeiro foi convocado por Rogério Lourenço para disputar pela seleção brasileira de base o Sul-Americano sub-20 de 2009, na Venezuela.

Titular do time nacional, o garoto tinha tudo para retornar ao Parque São Jorge. A diretoria do Corinthians, no entanto, preferiu emprestá-lo novamente ao Azulão, onde o jovem ficou por mais duas temporadas, passando a atuar pelo meio de campo graças a Antônio Carlos Zago, treinador do clube paulista à época.

"Fui até para a seleção sub-20 como lateral, mas eu sempre gostei de atuar pelo meio de campo. No Corinthians, eu joguei um pouco na meia, mas os treinadores preferiam me colocar na lateral. Fui me destacar mesmo no São Caetano. Quando eu subi no Corinthians, estive com o (Paulo César) Carpegiani. Depois, trabalhei com o Mano (Menezes) um pouco e, no São Caetano, quem me colocou mesmo na meia foi o Antônio Carlos. Ele quem me deu essa oportunidade", disse o meia, em entrevista ao UOL Esporte.

A mudança de posição foi suficiente para despertar o interesse de Marcelo Oliveira, à frente do Coritiba em 2011. Acostumado a revelar jogadores nas categorias de base do Atlético-MG, o treinador aproveitou o olho clínico e solicitou à diretoria a contratação de Everton Ribeiro. O clube paranaense desembolsou R$ 1,5 milhões para tê-lo em seu plantel.

O tiro foi certeiro. No primeiro ano no Couto Pereira, o apoiador chegou à inédita final da Copa do Brasil como coadjuvante. O time alviverde, na ocasião, foi derrotado pelo Vasco da Gama. Na temporada seguinte, Everton subiu de patamar, deixou de ser um mero figurante, para se tornar o protagonista da equipe, novamente finalista do torneio de mata-mata. O Coritiba, contudo, sofreu outra derrota. Desta vez, o Palmeiras venceu os comandados de Marcelo Oliveira.

A sintonia com o treinador em Curitiba foi tanta que o craque o acompanhou na ida para a Toca da Raposa. Em janeiro de 2013, ele foi um dos dez reforços apresentados pelo Cruzeiro no Mineirão. O clube mineiro desembolsou R$ 4 milhões para tirá-lo do Coritiba e adquirir 60% de seus direitos econômicos.

O fim da história a torcida cruzeirense já conhece. Everton Ribeiro precisou de pouco tempo para se adaptar e, logo em seu primeiro ano, acumulou golaços e se tornou a principal referência do sistema ofensivo. Não é à toa que recebeu o prêmio de melhor jogador da edição passada do Campeonato Brasileiro.

O apoiador seguiu se destacando na atual temporada. Embora estivesse mais visado pelos adversários, ele foi novamente decisivo no título nacional e é o favorito para a conquista do prêmio de melhor atleta do torneio, o qual disputa com os companheiros de clube, inclusive.