Topo

Ricardo Gareca tem 13 jogos pelo Palmeiras e 13 escalações diferentes

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

01/09/2014 06h00

O Palmeiras de Ricardo Gareca que entra em campo em um jogo nunca é o mesmo que entra em campo no jogo seguinte. São testes, explica o argentino. Só que as 13 escalações distintas nas 13 partidas em que ele esteve à beira do gramado podem ajudar a explicar a crise do clube, à beira da zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

O levantamento feito pelo UOL Esporte mostra que o Palmeiras está perto de fechar o primeiro turno e ainda está longe de ter um time-base. Está, consequentemente, também distante do entrosamento ideal, como se viu na derrota para o Inter no último sábado, a oitava do argentino no banco de reservas alviverde.

O técnico mexe, basicamente, em todos os setores. No meio, por exemplo, Bruno César, Mendieta, Felipe Menezes, Allione, Valdivia e Mazinho ganharam chance de serem os armadores do time, que já teve Renato, Josimar, Wesley, Marcelo Oliveira e Eguren de volantes.

No ataque, Henrique, o nome que mais se repete, divide espaço com Leandro, Diogo, Mouche, Erik e Cristaldo. Às vezes, um homem do meio-campo também pinta na frente em uma variação tática do treinador que só aumenta a rotatividade.

Até na defesa o Palmeiras muda demais. Lúcio e Tobio, a dupla que mais atuou junta, só o fez em quatro oportunidades. Quando estavam fora, deram lugar a Wellington, Victorino e o improvisado Marcelo Oliveira. Nas laterais Wendel e Weldinho se revezaram na direita, enquanto William Matheus, Juninho e, de novo, Marcelo Oliveira, às vezes substituíram Victor Luis na ala canhota.

“Assim eu posso ver os jogadores, que se preparam para serem levados em conta. Tenho de usar o plantel. Senão eu elejo os 15, 16 e só uso eles. Para que você tem um plantel de 35 atletas? Um pode jogar uma partida e na outra o outro”, disse Ricardo Gareca.

A lógica da rotatividade, é verdade, é mais bem aceita em alguns países estrangeiros que no Brasil. O problema é que Gareca faz mudanças bruscas na tentativa de explorar o elenco, e às vezes, a falta de entrosamento pode ser vista em campo.

O Palmeiras que enfrentou o Inter tinha Weldinho na lateral direita, Lúcio e Wellington na zaga e Juninho na esquerda. No primeiro tempo, seguidos erros de posicionamento deram ao time colorado três chances claras de gol. Em uma delas, três dos quatro defensores (além do goleiro Fábio) falharam de uma só vez e Jorge Henrique marcou o gol da vitória.