Por celebração celeste, advogados adiam trabalho e lojas fecham portas no Barro Preto
Após percorrer um longo percurso, em caminhões do Corpo de Bombeiros, os jogadores do Cruzeiro foram recebidos por cerca de 3 mil torcedores celestes, de acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, na sede do clube, no Barro Preto, na Região Central da capital mineira. Chuva de papel picado e fogos de artifício, providenciados pela diretoria celeste, fizeram parte da recepção festiva. Juntando com os cerca de 7 mil cruzeirenses que acompanharam o cortejo, a Corporação estima em cerca de 10 mil pessoas.
O desfile dos campeões brasileiros durou cerca de três horas, sendo iniciado na Avenida Antônio Carlos, próximo à Pampulha, e atravessando Belo Horizonte, passando em pontos tradicionais como a Praça Sete, no Centro, a Savassi, região comercial e boêmia da cidade, e as praças da Liberdade e Raul Soares.
Por onde passavam, os jogadores levavam junto um grande número de torcedores, que encorpavam o desfile da vitória. A Máfia Azul, maior torcida organizada do clube, organizou um cordão de isolamento composto por seus integrantes, que 'protegeu' os caminhões dos bombeiros, durante o percurso. Em frente à sede do Cruzeiro, onde funciona também o clube recreativo, muitos outros torcedores aguardavam a chegada dos atletas.
Entre esses torcedores, dois chamavam a atenção, por não vestirem camisas do Cruzeiro e sim ternos. Eram os advogados João Pedro Gomes, 43 anos, e Marcelo Salles, 42, sócios em um escritório de advocacia, que esticaram o horário de almoço para comemorarem o tricampeonato celeste.
“Pelo Cruzeiro vale tudo. Demos um jeito e deixamos o serviço para depois. Trabalhamos aqui perto e não deu para conter a vontade. Vamos ficar para a festa, para ver os jogadores de perto”, comentou Marcelo.
João Pedro só lamentou não ter podido vestir aq camisa do Cruzeiro. “Saí correndo do escritório, virei a noite na comemoração, mas não aguentei trabalhar, tinha que comemorar mais um pouco. Hoje não tem hora para acabar”, destacou o advogado.
O Barro Preto, onde o Cruzeiro tem clube e sede administrativa, é também o bairro onde se localiza o Fórum Lafayette, e, por isso, uma série4 de escritórios de advocacia. A Polícia Militar fechou o trânsito nas ruas Araguari e Guajajaras, para garantir a segurança dos torcedores.
A festa cruzeirense modificou o cenário local. Movimentado centro comercial, com lojas de roupas, principalmente, o Barro Preto viveu um clima de antecipação de feriado, já que a maioria dos estabelecimentos comerciais fechou as portas.
Quando os campeões chegaram ao seu destino, foram saudados com gritos pelos nomes. O do treinador Marcelo Oliveira, que ao ser contratado para esta temporada, foi rejeitado por seu vínculo com o rival Atlético-MG, clube em que jogou e foi técnico, foi o mais gritado de todos. Os torcedores celestes não perderam a oportunidade de mandar um recado ao técnico Luiz Felipe Scolari. “Ei, Felipão, o Fábio é seleção". O volante Nilton chegou ao Barro Preto enrolado em uma bandeira do Cruzeiro.
Os atletas, integrantes da comissão técnica e dirigentes do Cruzeiro entraram no clube do Cruzeiro. Por volta de 15h20, os torcedores cruzeirenses começaram a se dispersar, deixando o local em grandes grupos.
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