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06/12/2009 - 19h04

Petkovic vence desconfiança geral e conduz Flamengo ao hexa

Cauê Rademaker
No Rio de Janeiro
No fim de maio, o presidente em exercício do Flamengo, Delair Dumbrosck, anunciou a contratação do veterano sérvio Petkovic, agora com 37 anos. O departamento de futebol rubro-negro foi contra, mas o dirigente trouxe o meia sob o argumento de que estaria amortizando uma dívida de quase R$18 milhões que o clube teria com o jogador. A negociação acabou sendo um sucesso.

  • EFE/Marcelo Sayao

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Contudo, Petkovic, ídolo da torcida e autor do gol de falta que deu o tricampeonato ao clube diante do Vasco em 2001, teve de ter paciência e um jogo de cintura de dar inveja a qualquer brasileiro. Em sua apresentação oficial, ninguém do futebol rubro-negro esteve presente para dar as boas-vindas.

"Eu sabia que minha contratação dependia ainda de alguns fatores políticos. Isso, porém, é parte do passado", minimizou Petkovic.

Nos primeiros treinos, praticamente foi ignorado pelo então técnico Cuca e pelo então vice de futebol, Kleber Leite, que não toleravam a contratação. Com o treinador, teve algumas chances, mas sempre começando no banco de reservas.

A situação, no entanto, começou a mudar com a demissão de Cuca e a efetivação de Andrade. O treinador passou a apostar no talento do meia, que ganhou ritmo de jogo e surpreendeu a muitos em campo, liderando a equipe e marcando vários gols.

Por sinal, dois deles sendo olímpico, em jogos importantes, contra Palmeiras e Atlético-MG, fora de casa, em que o Flamengo venceu e se consolidou como favorito ao título de campeão nacional.

"Se me perguntarem quem é a revelação do Brasileiro, eu falo que é o Pet, pois revelação é para quem ninguém imaginava que fizesse um bom campeonato. Votaria nele também para craque. Mas ninguém imaginava, nem mesmo o Petkovic, que ele faria tanto sucesso", disse recentemente Kleber Leite, reconhecendo o "erro" de avaliação.

A importância do sérvio é tamanha dentro da equipe que, na única derrota sofrida desde o início da arrancada rubro-negra, que começou no fim de agosto, Petkovic não jogou, por estar suspenso. Foi o revés por 2 a 0 diante do Barueri. "Ele faz muita falta. Não tenho no elenco nenhum jogador com as características dele", explicou Andrade.

O hexacampeonato rubro-negro coroou a genialidade do sérvio dentro de campo, mas, antes disso, Petkovic já havia alcançado importantes marcas, como o 50º gol feito com a camisa do Flamengo e a homenagem recebida no Maracanã, ao imortalizar os seus pés na Calçada da Fama do estádio.

"Eu me sinto como um prata-da-casa, revelado pelo Flamengo. A identificação com a torcida me impressiona e ela me arrepia. Até hoje não tenho dúvidas de que foi a torcida que levou a bola para o ângulo na cobrança de falta em 2001", finalizou de forma bem humorada o sérvio.

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