09/09/2009 - 07h00

Ausência de Pierre gera indefinição sobre esquema do Palmeiras

Rodrigo Farah
Em São Paulo

O técnico Muricy Ramalho já definiu o jovem Souza como substituto do lesionado Pierre até o fim do Campeonato Brasileiro. Mas a saída do camisa 5 não foi solucionada de maneira tão simples. Isso porque o Palmeiras ficou com o esquema de jogo indefinido pela ausência do marcador, mesmo que os volantes escalados não sejam alterados ao longo do torneio.

Sem Pierre, time fica com a defesa exposta, o que pode forçar Edmílson a atuar na zaga
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O problema ganhou evidência no sábado, quando Muricy escalou Souza e Edmílson para atuar à frente da zaga. O time teve muitas dificuldades para conter os avanços do Barueri em todo o primeiro tempo, o que obrigou o técnico a recuar o pentacampeão mundial para a defesa. Só então o Palmeiras conseguiu se acertar na partida.

"Eles atacaram muito pelas alas e ficou evidente que precisávamos mudar. Tive que ficar atrás para ajudar na marcação", destacou Edmílson. "Perdemos um grande jogador que marca como ninguém, então é normal fazer certas adaptações para suprir isso", completou.

O próprio Muricy Ramalho disse que não conta com outro atleta com características semelhantes a de Pierre. Desta maneira, corre o risco de ficar com a defesa desprotegida caso opte pelo esquema 4-4-2 como fez nas últimas rodadas do Nacional.

Segundo dados do Datafolha, logo na primeira partida sem o camisa 5, o Palmeiras viu o número de finalizações sofridas pular de 11 (média por jogo no campeonato) para 26 - o maior número de chutes que o time alviverde cedeu ao adversário em um confronto da competição.

"O Pierre é o melhor primeiro volante do Brasil. O Souza também entrou bem, mas como ele tem características diferentes, ficamos com nossos lados expostos. Por isso, estamos atrás de um meio-campista canhoto para poder marcar o lateral adversário", revelou Muricy Ramalho após ser perguntado sobre a variação no esquema alviverde.

O substituto de Pierre concorda que dificilmente conseguirá realizar a mesma função do camisa 5. Ainda assim, Souza acredita que falta apenas entrosamento ao meio-campo alviverde para os problemas gerados pela saída do volante sejam solucionados.

"Ele é um cara quase insubstituível, um dos melhores de sua posição no país. Tenho as minhas características e sei que posso corresponder na função dele. O time vai se ajeitar. Temos tempo para treinar e vamos procurar entrosar a marcação e o posicionamento", afirmou o atleta de 21 anos.