História

De gandula a herói

Danrlei tornou-se goleiro do Grêmio por acaso. Na primeira vez que chamou a atenção em um treino no estádio Olímpico estava, na verdade, servindo de gandula. Chegara ao clube pelas mãos do tio Beto, um dos goleiros do grupo profissional, que ficara receoso de deixar o sobrinho sozinho em sua casa. Nascido em Crissiumal, Danrlei estava em Porto Alegre para uma visita.

Porém o menino foi além de apenas devolver as bolas para o campo: tentava interceptar os chutes errados dos atletas gremistas como se já fosse um goleiro, frequentemente pulando atrás das bolas perdidas. Foi tão eficiente na sua "brincadeira" que imediatamente recebeu um convite do auxiliar técnico Paulo Lumumba para treinar no clube.

Em 1993, com apenas 20 anos, assumiu a condição de titular. Polêmico, foi responsável por várias brigas ocorridas dentro de campo (a última delas na partida contra o Juventude, no primeiro turno do octogonal final do Gauchão/2000). Já tem mais de 400 jogos como titular do Grêmio. Foi reserva da seleção brasileira na Olimpíada de Atlanta, em 1996.

Ficou no Grêmio até 2003, sem antes declarar que tinha como sonho retornar um dia ao clube para ser presidente. A partir da saída, nunca mais mostrou a mesma eficiência Teve um período curto no Fluminense, defendeu o Atlético-MG, e depois, numa trajetória descendente, passou pelo Beira-Mar de Portugal, São José-RS, Remo-PA e, em 2009 foi contratado pelo Brasil de Pelotas.

No clube da região sul do Rio Grande, viveu uma experiência trágica. Estava no ônibus da delegação que capotou na estrada, a uma semana da estreia no campeonato estadual, e ajudou a retirar das ferragens diversos companheiros, feridos. Dois jogadores morreram no acidente, o atacante Cláudio Milar e o zagueiro Régis.

Danrlei foi considerado um herói, mas o time, desmontado, fracassou em campo e rebaixado para a segunda divisão.