NFL errou ao ignorar jogadores em protestos contra racismo, diz comissário
O comissário da NFL, Roger Goodell, disse que a liga de futebol americano cometeu erros ao não ouvir os jogadores. A declaração ocorreu em um vídeo ontem denunciando o racismo nos Estados Unidos em meio a protestos generalizados sobre a brutalidade policial contra negros, assunto que voltou à tona após a morte de George Floyd.
"Nós, a Liga Nacional de Futebol, admitimos que estávamos errados por não ouvir os jogadores da NFL mais cedo e incentivarmos todos a falar e protestar pacificamente", disse Goodell. "Nós, a NFL, acreditamos que vidas negras são importantes".
A liga está no meio de um debate contínuo com jogadores sobre protestos durante a execução do hino nacional antes dos jogos. A prática de se ajoelhar foi popularizada pelo quarterback Colin Kaepernick, que é negro, em 2016, para protestar contra a injustiça racial e a brutalidade policial.
Kaepernick, que em 2013 levou o San Francisco 49ers ao Super Bowl, registrou uma queixa contra a liga em 2017, alegando conluio porque nenhuma equipe o contratou depois que ele deixou San Francisco. A NFL e Kaepernick chegaram a um acordo em 2019.
"Os protestos em todo o país são emblemáticos dos séculos de silêncio, desigualdade e opressão de jogadores, treinadores, torcedores e funcionários negros", disse Goodell. "Entrarei em contato com jogadores que levantaram suas vozes e outros sobre como podemos melhorar".
A NFL publicou o vídeo apenas algumas horas depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, renovar seu apelo pelo fim dos protestos de joelhos durante o hino nacional."Deveríamos estar de pé e em pé, idealmente com uma saudação ou com a mão no coração", escreveu Trump no Twitter.
A declaração foi uma resposta ao quarterback Drew Brees, que pediu desculpas esta semana por equiparar o protesto de joelhos com o desrespeito à bandeira americana.
Os Estados Unidos registraram hoje a 11ª noite de protestos, que explodiram após George Floyd morrer depois que um policial branco ajoelhou sobre seu pescoço durante quase nove minutos em Minneapolis, no dia 25 de maio. O caso ressuscitou a questão da brutalidade policial contra afro-americanos. ONU (Organização das Nações Unidas), Papa Francisco e líderes mundiais criticam a violência policial no país.
* Com informações da Reuters
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