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Ex rebate Piquet após insinuações de que Senna era gay

Ayrton Senna e a ex-esposa Lilian Vasconcellos - Ketih Sutton/Divulgação/Arquivo Folhapress
Ayrton Senna e a ex-esposa Lilian Vasconcellos Imagem: Ketih Sutton/Divulgação/Arquivo Folhapress

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/11/2020 18h21

Depois de Nelson Piquet insinuar durante uma entrevista para Junior Coimbra, no YouTube, que Ayrton Senna era gay, Lilian Vasconcellos, ex-esposa de Senna, participou do Balanço Geral, da TV Record, hoje, para rebater as declarações.

Em sua entrevista no YouTube, Nelson Piquet insinuou algumas vezes que seu colega de profissão era gay, dizendo, entre outras coisas, que ele teve o casamento anulado - o que indicaria a não consumação do matrimônio ou a traição com alguém do mesmo sexo.

Lilian, que se casou com Senna em 1981, quando o piloto ainda corria na Fórmula 3, desmentiu a versão de Piquet, contando que foi uma opção dela e de seu então marido a separação.

"Não teve anulação. Apenas nos separamos. Foi isso. Tenho todos os documentos, não devo nada para ninguém. Ele era meu. (...) Morei dois anos com o Ayrton em Norwich, condado de Londres, uma casa muito boa. Foi uma coisa muito bacana, aproveitamos muito. Eu lavava, passava, costurava, fazia de tudo. Era dona do dinheiro, porque ele não gostava de mexer com dinheiro. Tivemos uma paixão muito grande. Um amor grande um pelo outro. Ficamos muito juntos", disse, em entrevista ao Balanço Geral.

A designer foi além e disse que ficou grávida de Ayrton Senna, mas que sofreu um aborto espontâneo.

"Engravidei dele. Depois de três ou quatro semanas sentindo enjoo, algumas coisas assim, fui ao médico e ele me disse que eu estava grávida. Eu perdi o bebê espontaneamente. Dois dias depois de voltar de uma corrida, eu perdi. Tive um aborto espontâneo", acrescentou.

As declarações de Piquet

Piquet explicou, primeiramente, a situação que o levou a ser processado por injúria por Ayrton Senna quando eles ainda corriam, em 1987. Na época, Piquet fez a primeira insinuação sobre Ayrton ser gay ao Jornal do Brasil.

"A confusão começou dele para mim. (...) Em 1987, eu fui o campeão, mas o Senna dava entrevista todo dia, toda semana, sumiu em outubro e só voltou nos testes em janeiro, no fim de janeiro. Aí, esse jornalista do Jornal do Brasil me perguntou se eu tinha lido a matéria dele. Eu falei: 'Você acha que eu perco meu tempo para ler matéria que você escreve?'. Tudo na brincadeira. Aí, ele me disse que queria ler para mim e era o Senna explicando por que tinha sumido, falando que se não sumisse, eu não teria espaço na mídia brasileira - eu tinha acabado de ganhar o terceiro Mundial", contou.

" O jornalista me perguntou se eu concordava e eu respondi: 'Pergunta pra ele por que ele não gosta de mulher'. Aí, esse mesmo jornalista escreveu uma matéria grande, dizendo que toquei na sexualidade do Senna, a coisa se espalhou no mundo inteiro. (...) O Senna passou quase três anos na Fórmula 1 e não tinha namorada, tinha um cara chamado Júnior que estava o tempo todo do lado dele", continuou Piquet.

Na sequência, o ex-piloto contou como se livrou do processo. Segundo Piquet, ele chegou a um acordo com o manager de Ayrton Senna após revelar que o primeiro casamento dele havia sido anulado.

"Eles me processaram por difamação, levaram no advogado, me tomaram 100 mil dólares, aquela coisa. Meu advogado falou que a gente estava bem. Eu perguntei como. Ele me disse que descobriu que o Senna foi casado e que o casamento tinha sido anulado. E que anulação só acontece quando o casamento não é consumado ou quando tem traição com pessoa do mesmo sexo. Aí eu explodi e fui no box do Senna e pedi para ele explicar aquilo para todo mundo, joguei a m***** no ventilador", disse.

"O manager dele me pediu para parar com a baixaria, eu respondi que eles tinham começado por me processar. Só tinha falado pra perguntarem pra ele por que não gostava de mulher, estava três anos na Fórmula 1 e não tinha namorada. Aí, foram tirar o processo, falaram para acabar a história, acrescentou.

Por fim, Piquet insinuou que os relacionamentos de Ayrton Senna com Xuxa e Adriane Galisteu teriam sido arranjados, para que o piloto mostrasse 'que era macho'.

"Depois, ele arranjou namoro com a Xuxa, a Galisteu, foi mostrar que ele era macho", afirmou.