Topo

Fórmula 1

Hamilton fala sobre inspiração para protesto antirracista no GP de Estíria

Lewis Hamilton, da Mercedes, ergueu o punho em protesto antirracista após vitória no GP da Estíria - JOE KLAMAR / various sources / AFP
Lewis Hamilton, da Mercedes, ergueu o punho em protesto antirracista após vitória no GP da Estíria Imagem: JOE KLAMAR / various sources / AFP

Do UOL, em São Paulo

16/07/2020 16h52

Lewis Hamilton, piloto seis vezes campeão da Fórmula 1, contou hoje como ter erguido o punho em protesto antirracista no GP da Estíria, no último domingo (12), foi um momento inesquecível para ele. Em entrevista coletiva, o inglês disse inspirar-se nos atletas Tommie Smith e John Carlos, que fizeram o mesmo gesto no pódio dos Jogos Olímpicos de 1968.

O punho cerrado de Lewis, símbolo de luta do movimento negro, foi erguido tanto dentro de seu carro, após a vitória, quanto ao subir no degrau mais alto do pódio. O piloto disse que não conheceu Smith e Carlos, "mas é claro que me lembro de ver e ler sobre a experiência deles e ver a imagem icônica de sua saudação".

Hamilton trata esse como um momento importante, em que utilizou o gesto desses ícones para dar visibilidade à causa negra, não apenas na Fórmula 1, onde é o único descendente de africanos em posição de destaque, mas na sociedade como um todo.

"Isso foi inspirador para mim. O racismo é algo que existe há centenas de anos e a luta continua. Quando você tem ícones, pessoas como essas que enfrentaram essa batalha, eu acho inspirador. Acabei de tirar uma página do livro, percebendo que tenho essa plataforma, tenho a oportunidade de continuar a aumentar a conscientização e tentar unir as pessoas. Pareceu o momento certo, nunca esquecerei esse momento".

"Quando falamos de diversidade, isso não significa apenas raça"

Em postagem no Instagram no domingo, Hamilton homenageou Stephanie Travers, engenheira de pista da Petronas, fornecedora de combustíveis da Mercedes, chamando-a de "inspiradora". Após a vitória, o piloto convidou Stephanie a subir ao pódio da F1, tornando-se a primeira mulher negra a ali estar. Em entrevista à Sky F1, ele comentou o caso e citou a importância de mais mulheres no esporte.

"Eu pensei que era realmente importante destacar esse momento, sendo que nos 70 anos da Fórmula 1 eles não tinham uma mulher negra lá em cima. Eu só queria elogiá-la e também a equipe por reconhecer a importância do momento."

"Quando falamos de diversidade, isso não significa apenas raça. Esse é um esporte dominado por homens e, em particular, brancos. Isso realmente precisa mudar e precisa vir do topo. É preciso haver mais mulheres nesse esporte. E como fazemos isso? É ter pessoas como Steff lá em cima, inspirando crianças, que um dia vão querer estar aqui."

Fórmula 1