Brasileiro vence concurso para gamers na McLaren e almeja futuro nas pistas
O piloto brasileiro Igor Fraga, 20 anos, ganhou um campeonato na semana passada e carimbou seu passaporte para entrar em uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1. Como? Vencendo uma competição de simuladores na McLaren. Trata-se do Shadow Project, continuação do que começou como o "Piloto mais Rápido do Mundo" que a equipe britânica promoveu em 2017, e que tirou o holandês Rudy van Buren de seu trabalho em uma loja na Holanda para ajudar Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne no trabalho do simulador da equipe durante a temporada.
Mas Igor Fraga quer voar mais alto que van Buren que, mesmo tendo disputado a Corrida dos Campeões ano passado e de ter vindo do kart, sempre afirmou que queria se profissionalizar como piloto virtual, até em função de sua altura - ele passa dos 1,90m. O brasileiro, que correu em 2017 na F3 Brasileira e na USF2000 ano passado, ou seja, não é apenas piloto virtual, acredita que a vitória no Shadow Project seja uma porta de entrada no automobilismo europeu.
"Sinto que estou chegando perto do meu sonho. Isso significa muito para mim e vou continuar fazendo o que tenho feito para tentar chegar mais longe, essa é minha meta. Acredito que a cena do E-Sports está crescendo muito e pode ser uma nova porta de entrada para o automobilismo de verdade. Há alguns pilotos que têm a experiência no E-Sports e na vida real, então acho que pode ser uma ponte para mim".
Fraga contou que começou no automobilismo primeiro pelos simuladores, e só depois foi para a pista. "Eu tinha três anos e meu pai estava planejando me colocar no kart, mas eu era pequeno demais e ele queria que eu tivesse uma base, então comprou o Gran Turismo 3, volante e pedais para eu começar".
Como prêmio pela vitória, o brasileiro entra automaticamente para o time da McLaren no campeonato oficial de E-Sports da Fórmula 1, além de passar a usar o simulador do time inglês e estar dentro da equipe durante as corridas.
A final incluiu quatro dias de competição com corridas no simulador, testes físicos e psicológicos e pilotar, na pista, uma McLaren GT4. Fraga, que já tinha representado o Brasil na final do campeonato de E-Sports da Fórmula 1, ganhou com tranquilidade, batendo Nuno Pinto e Miguel Ballester na etapa final, disputada no circuito de Sebring, pilotando a McLaren 720S GT3s no rFactor 2.
Ele entrou como um dos favoritos na competição, tendo sido campeão em outra competição da Federação Internacional de Automobilismo, a Gran Turismo Sport Nations Cup. No total, mais de 500 mil pessoas se inscreveram na competição.
Há três motivos principais para a McLaren apostar neste tipo de competição: encontrar pilotos virtuais que possam ajudar no simulador da equipe e no desenvolvimento de seu carro, renovar sua base de fãs e, como explicou Ben Payne, chefe da divisão de E-Sports da equipe, encontrar talentos para as pistas. "Ao contrário de outros gêneros, a transferência de habilidades entre o automobilismo virtual e o real é direta e profunda, e Igor mostra habilidade em ambos. Estamos animados em recebê-lo em nossa equipe e ver como ele se desenvolve. As oportunidades são infinitas", destacou.
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