Topo

Fórmula 1

Sucesso repentino de filho de Schumacher faz rival especular favorecimento

Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher - Andrej Isakovic/AFP
Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher Imagem: Andrej Isakovic/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

25/09/2018 04h00

A melhora repentina no desempenho de Mick Schumacher, filho do heptacampeão da Fórmula 1, Michael Schumacher, vem gerando especulações no mundo do automobilismo. O piloto de 19 anos nunca foi brilhante nas categorias de base e ainda não conquistou nenhum título, nem no kart, nem em carros de fórmula, nos quais compete desde 2015. Mas tudo mudou nas últimas duas rodadas triplas da Fórmula 3. E agora o piloto é franco favorito à conquista do título.

O campeonato da F-3 tem três corridas por final de semana em cada uma das dez etapas. Schumacher só tinha obtido dois terceiros lugares até vencer em Spa-Francorchamps, na quinta etapa. O alemão venceria ainda uma corrida em Silverstone, na etapa seguinte, e em Misano, sétimo fim de semana do campeonato. Daí em diante, seu domínio foi quase total: das seis provas disputadas em Nurburgring e na Áustria, ele fez a pole em todas e venceu cinco. Para completar, um de seus companheiros, Robert Shwartzman, venceu uma vez e ainda teve quatro segundos lugares e um terceiro.

O salto de produção irritou especialmente Dan Ticktum, britânico que faz parte do programa de jovens pilotos da Red Bull e que era favorito ao título, mas agora tem um déficit de 49 pontos para o líder Schumacher.

Tanto, que o piloto usou as mídias sociais para questionar a evolução do desempenho tanto do carro do alemão, quanto de seu companheiro.

“Não faço ideia de como seria melhor descrever o fim de semana da Áustria. Não gosto de apontar o dedo para ninguém mas, honestamente, neste final de semana não tive um bom ritmo no carro. Por conta do acerto principalmente, como já tínhamos conseguido subir na outra corrida, conseguimos pular de 7º para 4º. No entanto, se compararmos com os dois primeiros, ninguém no grid teve nenhuma chance”, apontou em postagem que foi apagada após algumas horas em seu Instagram.

“Até os companheiros deles, que são bons pilotos, não estavam sequer andando perto deles. ‘Interessante’ é como eu descreveria o ritmo deles e tenho confiança de que muita gente no paddock da F3 concordaria. Eu fiz o máximo que eu podia como sempre farei. Agradeço à equipe por seu trabalho duro. O campeonato só acaba quando termina e vou me certificar que chegarei à última etapa na melhor forma possível".

Na Fórmula 3, os pilotos usam o mesmo chassi Dallara e os organizadores dividem os dados de telemetria dos pilotos entre as equipes e Ticktum insinuou que sua desconfiança viria daí. “Tenho muito respeito por Mick, que lidou com muita coisa nos últimos anos. Estou simplesmente sugerindo que (sua boa forma) veio do nada? Nunca disse que o carro estava ilegal. Vocês não sabem de toda a história porque não estão na pista vendo a telemetria dos demais. Infelizmente, estou perdendo uma batalha porque meu sobrenome não é Schumacher".

Os questionamentos em relação ao salto dado por Mick já chegaram aos bastidores da Fórmula 1, onde os chefes de equipe acompanham com atenção o desempenho do piloto alemão. Isso porque existe um consenso no paddock de que é uma questão de tempo para o filho de Schumacher chegar à categoria.

Com os três pódios do último final de semana, Mick Schumacher já tem assegurado pelo menos um top 3 no campeonato, o que significa que ele teria pontos suficientes para ter a superlicença necessária para pilotar na Fórmula 1. O mais provável é que ele vá para a Fórmula 2 ano que vem e faça testes com algum time da F-1.

Até aqui, a carreira de Mick Schumacher tem sido razoável. Ele tem como melhores resultados um segundo lugar em seu segundo ano na F-4 alemã e na italiana e um terceiro na F-2000.

Fórmula 1