Topo

Fórmula 1

Kubica explica limitações por lesão e destaca evolução dos últimos 4 meses

Robert Kubica ainda tem limitações de movimento no braço direito após acidente sofrido em 2011 - Charles Coates/Getty Images
Robert Kubica ainda tem limitações de movimento no braço direito após acidente sofrido em 2011 Imagem: Charles Coates/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

03/08/2017 04h00

Mais de 140 voltas em um circuito de altíssima demanda e sob um calor de mais de 50ºC na pista. E um respeitável quarto lugar, ainda que os tempos de volta não signifiquem muito em testes coletivos. É inegável que Robert Kubica fez um ótimo trabalho na primeira vez em que andou com um F-1 atual, algo que nem o polonês imaginava quando começou a trabalhar para seu primeiro teste com um carro da categoria depois de mais de seis anos, há quatro meses.

“Se eu pensar onde estava há quatro meses em comparação com agora, é uma grande mudança e tudo aconteceu muito rapidamente. Acho que melhorei muito e avancei bastante, então qualquer coisa pode acontecer, mas olhando de forma realista, nada será fácil”, diz o piloto de 32 anos, afastado da F-1 após um grave acidente de rali e que agora busca retornar às pistas, pela Renault.

“Claro que tenho um objetivo na F-1 mas não sei se terei a chance. Uma coisa é certa: se não acontecer, não ficarei desapontado porque estou lidando com essa situação de forma muito realista.”

Perguntado sobre suas limitações físicas, Kubica explicou que elas estão estáveis já há algum tempo. Informações extra-oficiais dão conta que o polonês tem apenas 30% dos movimentos do antebraço direito.

“Nada mudou. Sou o mesmo cara de 10 meses atrás, ou quatro meses, ou uma semana: minhas limitações são as mesmas.”

Tais limitações fazem com que Kubica precise mudar as marchas com apenas uma das mãos, na borboleta que fica na parte de trás do volante, e tem mais dificuldade em acessar alguns botões. Mas o piloto acredita que, com as adaptações feitas pela Renault para seus testes, não teria problemas adicionais por conta disso.

“Há apenas uma parte do volante que tem de ser adaptada para mim. A borboleta de mudança de marchas tem de mudar, mas isso é algo que já foi feito no passado, então não é algo que foi feito apenas para mim. O volante foi adaptado para que os botões que são mais usados fiquem em uma posição melhor para mim, mas tirando isso, o resto é padronizado.”

Com o aprendizado de quem chegou a correr risco de morte nos dias que se seguiram ao acidente e passou por uma longa recuperação, Kubica explica de onde vem sua vontade de voltar à F-1.

“Nada é impossível. Claro que eu passei por vários períodos diferentes nos últimos seis anos, que foram dedicados a meus problemas físicos e lesões, então claro que muita coisa passou pela minha cabeça, o que é normal. E minha abordagem foi muito simples: qualquer coisa pode acontecer.”

A Renault ainda não anunciou se dará outras oportunidades de Kubica testar. As possibilidades do polonês andar novamente com os carros atuais seriam em sessões de treinos livres ou no teste coletivo de Abu Dhabi, em dezembro.

Fórmula 1