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Mirando retornar ao grid, Kubica vai bem em teste decisivo em Budapeste

Robert Kubica ainda tem limitações de movimento no braço direito após acidente sofrido em 2011 - Charles Coates/Getty Images
Robert Kubica ainda tem limitações de movimento no braço direito após acidente sofrido em 2011 Imagem: Charles Coates/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

02/08/2017 08h02

Robert Kubica foi o sétimo colocado e fez simulações de corrida consistentes na primeira manhã de testes em que ficou frente a frente com pilotos do atual grid, mais de seis anos após acidente de rali que abreviou sua carreira na Fórmula 1. O retorno do piloto, que busca comprovar que está totalmente recuperado das graves lesões sofridas no braço direito e que pode voltar ao grid, causou grande expectativa no circuito de Hungaroring, onde a categoria se reúne para dois dias de testes, com a presença de vários jovens pilotos.

A manhã de testes foi liderada pelo vencedor do GP da Hungria do último domingo, Sebastian Vettel. No primeiro dia de atividades, a Ferrari também ficara na frente, com o líder da F-2, Charles Leclerc. Completaram o top 3 na manhã desta quarta-feira em Budapeste Kimi Raikkonen, que assumiu a Ferrari no final da manhã, e Lando Norris, da McLaren. As Ferrari foram as únicas a fazerem simulações com pouco combustível e o tempo de Kubica, que deu mais de 50 voltas, ficou a 2s557 do líder.

Kubica começou o dia julgando mal a saída dos boxes e andando mais lento do que os rivais, mas aos poucos foi ganhando ritmo. Primeiramente, o polonês de 32 anos conseguia fazer bons setores individuais, mas não completava boas voltas mas, a partir do 30º giro, passou a melhorar consideravelmente suas marcas.

 

Com 37 voltas dadas no total, com os pneus macios e em uma saída em que fez 10 voltas - ou seja, com mais combustível do que teria em uma classificação - Kubica foi cerca de oito décimos mais lento que o titular Jolyon Palmer, com supermacios, na classificação. O desempenho do piloto impressionou mais nas sequências mais longas de volta, em que demonstrou grande consistência, especialmente na parte final da manhã. Para a tarde, Kubica deve tentar melhorar seu tempo com uma simulação de classificação, o que deve levá-lo para a parte da frente da tabela de tempos.

Retorno é possível?

A única adaptação feita no carro para Kubica é a troca de marchas apenas com a mão esquerda - na F-1 as marchas são trocadas por meio de borboletas colocadas dos dois lados do volante, sendo que normalmente os pilotos sobem as marchas com uma mão e diminuem com a outra. O polonês já realizou dois outros testes, nos circuitos Ricardo Tormo, em Valência, em em Paul Ricard, sempre com o carro de 2012, e seus tempos impressionaram os engenheiros.

Porém, o retorno não está garantido e muito da decisão da Renault depende do que acontecer nesta quarta-feira em Budapeste, como explicou o consultor da equipe, Alain Prost.

“O que vocês leram na mídia vindo do [chefe da Renault] Cyril Abiteboul está certo. Assim que você começa um plano, especialmente para ele, ele tem de ir até o máximo. Ele está testando com o carro atual, em uma pista em que você tem uma referência. Veremos. Não acho que dá para dizer qualquer coisa antes do teste acabar”, disse o francês.

“Foi uma boa história. Ele se recuperou, com certeza. Gostaria que ele voltasse à F-1 se isso for possível.”

Porém, quando perguntado se esse retorno poderia de fato acontecer pela Renault, Prost se esquivou. “Não quero fazer nenhum comentário. Dissemos que vamos tomar uma decisão para o ano que vem, e não para a semana que vem.”

Mesmo com as declarações de Prost, não está descartada a possibilidade, ainda que pequena, de Kubica retornar já na próxima etapa, na Bélgica, caso o teste em Budapeste corra bem. A Renault deixou claro publicamente que não está satisfeita com o rendimento de Jolyon Palmer, cuja vaga corre risco. O GP da Bélgica marca o retorno da F-1 após a pausa do verão europeu, dia 27 de agosto.

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