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Ferrari se inspirou em seu último carro campeão para fazer modelo de 2017

Lars Baron/Getty Images
Imagem: Lars Baron/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

24/04/2017 04h00

Os números não mentem: com duas vitórias e um segundo lugar, o alemão Sebastian Vettel já tem o melhor início de campeonato de um piloto da Ferrari desde Michael Schumacher no ano de seu último título, em 2004. Apesar de ter lutado pelo título, com Fernando Alonso, até as corridas finais de 2010 e 2012, a escuderia não fazia um carro tão bom há cerca de 10 anos. E é justamente no modelo de 2008, ano do último título do time, que os engenheiros foram buscar inspiração para o SF70H.

Tal inspiração vem de uma mudança no regulamento, que ampliou a liberdade no uso de mecanismos para melhorar a eficiência aerodinâmica do carro, algo que era realidade até 2008, quando teve início uma tendência mais forte de coibir a aerodinâmica a fim de diminuir a velocidade dos carros e aumentar as chances de ultrapassagem.

O detalhe que chama a atenção nos carros de Vettel e Kimi Raikkonen está na asa dianteira, fundamental para determinar o fluxo do ar ao redor de todo o carro. Trata-se de uma aleta aerodinâmica nas duas laterais do bico, um pouco acima da asa em si. Por baixo dela, tubos vão direcionando o ar para a parte de baixo do chassi, alimentando o assoalho, peça de enorme influência aerodinâmica pois ajuda a “prender” o carro no chão em alta velocidade.

Esse conceito é justamente o mesmo usado no carro de 2008, com o qual Felipe Massa ficou a um ponto de conquistar o título de pilotos, mas que deu o campeonato de construtores à Ferrari que, desde então, nunca mais tinha usado esta solução.

Enquanto os segredos do SF70H começam a ser revelados - e, inclusive, questionados por alguns - a “paternidade” do carro ainda não está clara. Antes da temporada começar, a Scuderia dizia que o projeto tinha sido inteiramente pensado pela jovem equipe técnica comandada por Simone Resta. Depois, falou-se que as soluções diferentes do carro tinham sido pensadas por James Allison, que deixou o time em meados do ano passado e agora está na Mercedes.

Mas o engenheiro britânico disse que não merece o crédito nem pelo carro da Ferrari, nem pelo de seu atual time. “Só respondo pelo que fiz no meu próprio jardim nos últimos meses”, disse, referindo-se a uma expressão utilizada na língua inglesa quando um funcionário fica impedido de trabalhar por alguns meses para evitar levar segredos de uma empresa para a outra. Neste caso, é comum dizer que ele está “de licença para cuidar do jardim”, o que ocorreu com Allison na segunda metade do ano passado.

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