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Alonso já está nos EUA treinando para 500 Milhas. Veja como será preparação

AFP
Imagem: AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL

19/04/2017 04h00

À primeira vista, parece um plano bastante ousado: preparar um piloto do zero não apenas para disputar uma prova com um carro com o qual nunca correu, mas andando em um oval de alta velocidade - e logo em uma prova longa como as 500 Milhas de Indianápolis. Por outro lado, o passado recente, quando Alex Rossi estreou com vitória na prova, correndo pela mesma equipe Andretti que tem a missão de guiar Fernando Alonso neste ano. Com menos de 40 dias para a prova, os planos já estão traçados.

Nesta semana, Alonso está dando o pontapé inicial a sua preparação, nos simuladores da Honda e da Andretti, nos Estados Unidos. A ideia é conseguir um teste em pista ainda neste mês, ou seja, antes que o piloto embarque para o GP da Rússia, em uma semana, mas existe a preocupação com o clima em Indianápolis. Além disso, o bicampeão da F-1 também marcará presença na etapa do Alabama, neste final de semana, e deverá fazer os ajustes de seu assento na segunda-feira após a prova.

Após a prova em Sochi, que será dia 30 de abril, o espanhol deve retornar aos EUA por mais 10 dias, antes do GP da Espanha. E, apenas depois da corrida em Barcelona, começam os treinos coletivos em Indianápolis. Lá, Alonso terá uma semana para andar na pista junto de outros pilotos até a classificação, que acontece no final de semana do dia 21 de maio, exatamente uma semana antes da corrida, dia 28. Serão seis horas de pista por dia. Entre a classificação e a largada, estão previstos ainda dois dias de treinos em Indianápolis.

O plano de Michael Andretti, dono da equipe e estrategista de Alonso na prova, é fazer uma adaptação gradativa e evitar ao máximo que o piloto tenha algum acidente, o que pode minar sua confiança e atrasar o processo.

“Não queremos que ele seja valente demais e possa ter um susto”, salientou Mario Andretti, campeão da F-1 e da F-Indy, que também está envolvido na preparação. “Porque, quando isso acontece, pode ser muito complicado recuperar essa confiança, então a equipe não vai permitir que isso aconteça.”

O pai de Michael revelou o plano do filho para a adaptação de Alonso. “Primeiro, o colocarão em um carro cheio de pressão aerodinâmica [o que dará mais estabilidade nas curvas, mas não é o acerto ideal para um oval devido à resistência ao ar, que o torna lento] e ele vai pensar que será muito fácil. Porém, assim que começar a ganhar confiança, vão tirando a pressão aerodinâmica e o carro vai começar a se mexer mais. Vão ter cuidado para não tirar tudo de uma hora para a outra.”

Depois que o espanhol estiver acostumado a andar com o nível de carga aerodinâmica que usará na corrida, vai chegar a hora de andar no tráfego, com outros pilotos na pista, algo que todos os especialistas consideram que será o mais difícil para Alonso, uma vez que o comportamento do carro muda de forma completamente diferente do que acontece na F-1.

Para isso, Andretti acredita que o espanhol conta com uma vantagem importante por ter cinco companheiros de equipe experientes. “Como temos seis carros, podemos criar uma corrida nas sessões de treinamento, jogando um monte de ar sujo na direção do novato para que ele se acostume com essa perda de pressão aerodinâmica”, explica Mario Andretti.

Confiante de que o plano vai funcionar, o ex-piloto, inclusive, já fez sua previsão para a corrida do espanhol. “Suspeito que ele estará ali, entre 10º e 12º na maior parte da corrida e, no final, encontrará seu caminho.”

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