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Fórmula 1

Volta de Massa garante Brasil por 48º ano seguido na F-1. Mas até quando?

Do UOL, em São Paulo

23/01/2017 04h00

Com a situação de Felipe Nasr complicada para a temporada de 2017, o retorno de Felipe Massa garante a manutenção de uma marca importante para o Brasil na Fórmula 1: em todas as temporadas, desde 1970, o país tem pelo menos um representante no grid da categoria mais importante do automobilismo mundial.

Nem mesmo grandes potências europeias, como Alemanha, França ou Itália, tiveram uma sequência tão longa. Considerado o grande berço da Fórmula 1, o Reino Unido é o único país que teve pilotos em todas as 940 corridas oficiais da história da categoria, que começou a ser disputada justamente em Silverstone, na Inglaterra, em 1950. Por conseguinte, também é o país com o maior número de vitórias, 257, bem à frente da segunda colocada, a Alemanha, com 168.

O Brasil é o terceiro no quesito, com 101 vitórias em 772 GPs, ainda que a última tenha sido no GP da Itália de 2009, com Rubens Barrichello, no maior hiato de conquistas do país desde 1970 em número de GPs.

Apesar de terem tido representantes em mais provas do que o Brasil, França e Itália vivem momentos piores que o país na categoria. A última conquista dos franceses, segundos em número total de participações, com 820, foi no GP de Mônaco de 1996, com a zebra Olivier Panis.
Na temporada de 2017, os franceses contarão com dois representantes - Romain Grosjean na Haas e Esteban Ocon na Force India - porém recentemente (em 2010 e 2011) não tiveram nenhum representante no grid, algo que já acontecera em 2005 e 2007.

O caso da Itália é mais grave em termos de pilotos. Os últimos representantes da terra da Ferrari a disputarem GPs foram Jarno Trulli e Vitantonio Liuzzi, em 2011, e a última vitória foi de Giancarlo Fisichella, em 2006, no GP da Malásia. Mesmo tendo um dos campeonatos mais procurados por jovens pilotos na Europa, os italianos vêm tendo dificuldades em revelar talentos que entrem no radar na Fórmula 1, e atualmente veem em Antonio Giovinazzi, que fez grande campanha na GP2 ano passado e foi contratado como terceiro piloto da Ferrari em 2017, sua maior esperança.

Até mesmo os alemães, que chegaram a ter cinco pilotos no grid no GP da Bélgica de 2014, ficaram sem representantes por toda a temporada de 1981. Em termos de provas disputadas, o país é o quinto colocado no geral, não muito atrás do Brasil, com 737 corridas.

Ainda assim, como a Williams já deixou claro que o contrato de Massa é de apenas um ano, é questão de tempo para a pressão sobre a falta de estrutura do automobilismo brasileiro, que vem prejudicando o surgimento e manutenção de novos talentos em categorias de peso na Europa, voltar a crescer.

Entre as principais categorias, o país deve ter um representante na GP2, Sergio Sette Camara, que acabou de ser desligado do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull, e provavelmente dois na GP3, Bruno Baptista e o atual campeão da F-3 Britânica Matheus Leist.

Já a situação de Nasr é complicada agora que só restam duas vagas no grid na Manor, que vem buscando fechar com um novo comprador e ainda não garantiu presença no GP da Austrália, que marca o início da temporada dia 26 de março.

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