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Fórmula 1

'Desaposentadoria' de Massa pode não passar de alarme falso. Entenda

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

21/12/2016 06h00

A notícia da ‘desaposentadoria’ de Felipe Massa deu o que falar nesta terça-feira, mas pode não passar de um alarme falso. Afinal, o piloto brasileiro não tem o retorno garantido no grid de 2017 da Fórmula 1 e pode realmente ter feito sua despedida com uma corrida emocionante em Interlagos e ganhando o último chassi com que correu na categoria.

A vaga de Massa seria a deixada por Valtteri Bottas na Williams, time que defendeu nos últimos três anos. Com as tentativas da Mercedes de usar a condição de cliente do time inglês para levar o finlandês ao cockpit que seria ocupado pelo atual campeão do mundo, Nico Rosberg, a chefe Claire Williams deixou claro que isso só seria possível caso o time tivesse um piloto experiente para seu lugar. E nominalmente citou Massa.

Dois seriam os principais motivos para o convite: atender a um pedido dos próprios engenheiros, preocupados em contar apenas com pilotos jovens em um ano no qual a F-1 passa por extensa mudança de regras - o outro piloto do time é o estreante Lance Stroll, de 18 anos - e ao desejo de seu patrocinador principal, uma marca de bebidas que deseja ter pelo menos um piloto com idade legal para o consumo de bebidas alcoólicas no mundo todo.

O que mudou nesta semana é que Massa concordou em voltar caso a Williams precisasse. De acordo com seu empresário, Nicolas Todt, no entanto, “nenhum acordo foi firmado entre o time e Felipe Massa.” A equipe, por sua vez, afirmou ao UOL Esporte que "até que a Mercedes confirme qualquer coisa em janeiro, não vamos tomar nenhuma decisão ou faremos qualquer anúncio." Apesar da indicação positiva por parte do piloto brasileiro, nenhum contrato foi assinado, uma vez que a questão de Bottas ainda não está definida.

Bottas é o único candidato?

Os dirigentes da Mercedes, contudo, não parecem estar totalmente convencidos de que Bottas será o escolhido. O fato da decisão ter ficado para o começo de janeiro inicialmente, e Niki Lauda ter dito à TV austríaca que “dificuldades na negociação” poderiam estender o prazo até o final do próximo mês, indica que há outros fatores a serem considerados.

Uma das possibilidades é que a negociação com a própria Williams seja bem mais profunda, incluindo a ida do diretor técnico Paddy Lowe, além de um desconto - que cogita-se, seria de 100% - no fornecimento de motores e este seja o entrave nas negociações.

Porém, em entrevista à TV inglesa, o chefe Toto Wolff demonstrou estar de olho no mercado pensando no final do ano que vem. “Vocês ficariam surpresos em saber quem nos procurou”, disse. “Acho que acabamos tendo um grande retorno a respeito das cláusulas dos contratos e de quem estaria interessado em correr conosco. Precisamos pensar a curto prazo - em 2017 - e há algumas opções. E também temos 2018 e 2019".

Wolff lembrou que pilotos campeões do mundo não estarão sob contrato em 12 meses e isso pode favorecer a promoção do piloto do programa de jovens talentos Pascal Wehrlein, que é considerado inexperiente, mas poderia funcionar como um ‘tampão’.

“O mercado de pilotos de 2018 está completamente aberto, com Fernando [Alonso] no mercado, Valtteri, Sebastian [Vettel] e outros. Isso abre considerações interessantes para trocas”, avalia Wolff.

Até que a situação da Mercedes se defina, Massa continua, tecnicamente, aposentado da Fórmula 1. O brasileiro atualmente curte as férias no Brasil e deve saber se retorna ao grid dentro de um mês.
 

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