Pneus 'longa vida' e guerra de táticas nos ponteiros: o que esperar do GP
O GP do México, com largada às 17h pelo horário de Brasília, pode ter um cenário bem diferente do normal na Fórmula 1: com a baixa degradação do pneu médio, os pilotos não terão de se preocupar tanto com a queda de performance da borracha - e poderão forçar o ritmo do começo ao fim.
Em teoria, isso é uma ótima notícia para a Mercedes, que conseguiu passar à terceira fase da classificação com os pneus macios e, com isso, evitará usar os supermacios, que demonstraram alta degradação durante os treinos livres, na corrida. Isso porque o regulamento determina que os pilotos do top 10 larguem com os pneus com os quais fizeram o melhor tempo no Q2.
Na luta para diminuir a desvantagem para o líder do campeonato, Nico Rosberg, Lewis Hamilton larga na pole e não poderia estar mais animado com o ritmo do carro e com a estratégia adotada por sua equipe.
“Tínhamos um ritmo muito bom, então acreditamos que era possível [ir ao Q3] com os pneus macios e já tínhamos feito a simulação de corrida com eles. Com os supermacios era uma bagunça. Talvez não seja o caso deles mas era o nosso.”
O inglês tem sido claramente superior a Rosberg, que tem 26 pontos de vantagem no campeonato e pode até ser campeão caso ganhe e o companheiro não consiga mais que um décimo lugar.
Mesmo com um desempenho inferior, Rosberg, que pode chegar em segundo e ainda ser campeão mesmo com Hamilton vencendo todas as provas, também elogiou a tática. “O supermacio será um bom pneu para começar a corrida, mas ele se desintegra muito rápido, então em termos de estratégia definitivamente será uma desvantagem. Acreditamos que nossa estratégia é a melhor”, disse o segundo colocoado do grid.
Felipe Massa concorda com a dupla da Mercedes. A Williams, inclusive, foi uma das equipes que tentaram copiar a estratégia, mas teve de abortar a tentativa e usar os supermacios no Q3 porque, caso contrário, não teria ritmo para classificar-se no top 10.
“É a estratégia certa, por isso que vários pilotos tentaram. Não há dúvida de que é a melhor estratégia. Mas é lógico que o Verstappen pode ter uma boa primeira volta ou pode acabar com tudo na primeira volta. Por isso, eles têm de ficar atentos às primeiras curvas, que é o que pode mudar a situação. Mas mesmo se Verstappen ultrapassar os dois na largada, eles conseguem superá-lo ao longo da corrida”, disse o brasileiro ao UOL Esporte.
Red Bull tenta tática diferente
Do lado da Red Bull, o chefe Christian Horner admitiu que a escolha de largar com os supermacios foi feita, em grande parte para tentar algo diferente em relação à Mercedes. Afinal, copiando a tática da rival, Max Verstappen e Daniel Ricciardo não teriam ritmo para acompanhar Hamilton e Rosberg.
Porém, também é fato que o carro da Red Bull se comporta melhor com os supermacios. Tanto, que o time e a Mercedes estiveram exatamente na mesma posição na semana passada, em Austin. E, na ocasião, apesar da dobradinha do time alemão ao final da prova, Ricciardo chegou a ficar à frente de Rosberg por boa parte da corrida.
“Consegui passar um deles [na largada] no último final de semana, então tomara que consiga passar dois”, disse. “Acho que será positivo para nós, pelo menos nas primeiras voltas.”
Mas quantas voltas? Horner não descartou que o time tente, pelo menos com um dos pilotos, fazer apenas uma parada, completando a corrida com o composto médio, que tem se mostrado muito durável. Dessa maneira, copiariam a Mercedes, que também deve fazer só uma parada largando com os macios.
A possibilidade, contudo, é vista com desconfiança pelos pilotos brasileiros, cujos carros são mais desequilibrados e, portanto, usam mais a borracha. “O pneu supermacio dura menos de oito voltas. Não é o melhor pneu para a corrida”, disse Felipe Nasr. “Por outro lado, fazer uma parada largando com macio é possível [como a Mercedes deve fazer]. Só não sei se é o mais rápido.”
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