Com luta no paddock e maquiagem de 'morte', México muda a cara da F-1
Com direito a pilotos entrando na onda do Dia dos Mortos e um ringue de luta mexicana instalado no paddock, a Fórmula 1 ganha um tempero diferente quando chega ao México. Depois de surpreender no retorno ao calendário, ano passado, a etapa mexicana já conquistou a categoria.
E o inverso também é verdade: a etapa de 2015 recebeu um dos maiores públicos da temporada, com mais de 335 mil espectadores nos três dias de evento e os organizadores falam em cerca de 3 milhões de reais de lucros apenas com a corrida em si e a exposição, sem contar a movimentação financeira extra que a cidade recebeu.
Para este ano, a expectativa é parecida. Os ingressos da maioria das arquibancadas estão esgotados, a não ser na reta oposta - com preços entre 680 e 1860 reais para os três dias. A sessão mais famosa do circuito, em que o traçado cruza um antigo estádio de beisebol, não tem mais lugares disponíveis, assim como a arquibancada intitulada Sergio Perez, com ingressos a 1270 reais. As entradas mais baratas custam 255 reais.
Mais do que presentes, os torcedores mexicanos mostram um entusiasmo comparável a públicos tradicionais da Fórmula 1, como italianos e japoneses. Na sessão de autógrafos realizada na última quinta-feira, a aglomeração em cima do líder do campeonato Nico Rosberg foi tanta que os torcedores quase derrubaram a cerca que os separava do alemão.
Nada se compara, contudo, com o fanatismo que cerca Perez. Durante todo o dia, o mexicano atendeu à imprensa e esteve cercado de seus patrocinadores e fãs.
Falando em patrocínio, o México não é só importante em termos de público, como também financeiros. Ambos os pilotos do país no grid - Perez e Esteban Gutierrez - trazem largo aporte financeiro e o empresário Carlos Slim também tem relações com grupos de mídia ligados à F-1. Fala-se inclusive, que os mexicanos avaliam a compra de uma equipe em um futuro próximo.
Os organizadores também se esforçam em agradar e a mostrar a rica cultura local. Ao chegarem ao circuito, os jornalistas receberam máscaras de luta mexicana para participarem de uma festa de boas vindas com comidas típicas, aulas de luta, nas quais os mais corajosos serviram de cobaias, e uma apresentação de mariachis.
Mais cedo, os pilotos da Red Bull, Max Verstappen e Daniel Ricciardo, tinham aparecido no paddock para as entrevistas e as reuniões com os engenheiros maquiados como cadáveres, lembrando o tradicional feriado do Dia dos Mortos, celebrado na próxima semana.
Após toda a interação com a cultura local, começaram os treinos livres, nesta sexta-feira, com duas sessões de 1h30. A classificação será às 16h do sábado, mesmo horário da largada, no domingo.
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