Não é só o GP Brasil: Itália enfrenta novela para garantir corrida em 2017
O GP do Brasil está longe de ser a única prova tradicional do calendário da Fórmula 1 que está ameaçada para os próximos anos. O promotor da categoria, Bernie Ecclestone, vem dando declarações que colocam em cheque a realização da etapa de Interlagos a partir de 2017, cenário que não é muito diferente do GP da Itália.
O GP da Alemanha é outro que pode não ser realizado ano que vem e tem o futuro incerto: o acordo na terra da Mercedes, Nico Rosberg e Sebastian Vettel é, nos anos pares, com Hockenheim - e se encerra em 2018 - e, nos anos ímpares, com Nurburgring. Porém, o segundo circuito faliu e a etapa já não foi disputada em 2015, algo que pode se repetir em 2017.
Já no caso da Itália o contrato com o circuito de Monza, usado pela Fórmula 1 desde a sua primeira temporada, em 1950, se encerra ao final deste ano, diferentemente do Brasil, que tem acordo firmado até 2020. Disputas internas das associações que administram o circuito e o GP de Fórmula 1 e as condições do governo da região da Lombardia para liberar dinheiro público já causaram diversas reviravoltas nas negociações.
Em 16 de junho, chegou a ser anunciado que as partes tinham entrado em acordo para a renovação do contrato e, nesta semana, publicações italianas apontaram que o impasse, finalmente, chegará ao fim, com a intervenção de Sergio Marchionne, presidente da Ferrari.
Ecclestone, como de praxe, tentou pressionar os italianos de todas as formas, declarando algumas vezes que “não teremos GP da Itália em 2017”. No último final de semana, em Baku, adotou estratégia diferente, dizendo que negociava o retorno de Imola ao calendário depois de mais de 10 anos.
De fato, os administradores do autódromo situado na região de Bolonha demonstraram interesse em fazer um acordo semelhante ao dos alemães e têm a simpatia de Ecclestone. “Precisamos confiar um pouco mais nas autoridades esportivas do país para dar apoio, então se não é Monza que eles querem apoiar, estaremos em Imola. Espero que isso se resolva. É a autoridade esportiva do país que vai decidir.”
O dirigente se refere ao chefe do Automóvel Clube da Itália, Angelo Sticchi Damiani, que declarou na última quarta-feira que o novo acordo “está na reta de chegada”. De acordo com o italiano, os organizadores estão “completando os patrocinadores necessários, para ajudar a ACI com esse gasto significativo.
Acredita-se que o novo contrato de Monza giraria em torno dos 22 a 24 milhões de euros anuais. “Teríamos fechado antes se não tivessem ocorrido outras ações que trouxeram confusões em relação às negociações”, disse, referindo-se aos organizadores de Imola.
O dirigente rebateu ainda críticas sobre o uso do dinheiro público, dizendo que o Parlamento italiano apenas autorizou a entidade a usar seu próprio orçamento para cobrir os gastos da corrida. E disse que uma alternância com Imola está descartada porque “não é onde os patrocinadores querem estar”.
A abertura oficial da extensa parceria da Heineken com a Fórmula 1 será justamente no GP da Itália deste ano. A partir do GP de Monza, em setembro, todas as etapas contarão com publicidade da marca até o final do ano, exceto Abu Dhabi.
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