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Nasr se irrita com companheiro após batida. 'Não tem nada que conversar'

Momento da batida entre Felipe Nasr e Marcus Ericsson - Reprodução/Twitter
Momento da batida entre Felipe Nasr e Marcus Ericsson Imagem: Reprodução/Twitter

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Monte Carlo (MON)

29/05/2016 10h55

Felipe Nasr deixou o Grande Prêmio de Mônaco bastante irritado com o companheiro de Sauber Marcus Ericsson, após o sueco bater em seu carro na 50ª volta e obrigá-lo a abandonar a prova três voltas depois. A batida deixou o clima tenso dentro do time e causou a perda de três posições no grid da próxima etapa, no Canadá, para Ericsson, considerado culpado pelos comissários.

Os problemas começaram logo após que Ericsson e Nasr fizeram suas segundas paradas e trocaram os pneus de chuva pelos de pista seca. O brasileiro estava na frente mesmo tendo largado dos boxes devido à quebra do motor na classificação, mas começou a perder muito rendimento em suas primeiras voltas com o novo jogo de pneus. 

"Eu estava perdendo temperatura nos pneus porque, logo depois que saí dos boxes, encontrei os líderes na pista e tive de abrir para eles passarem", explicou ao UOL Esporte. "Além disso, tive problemas com meu motor, que perdia potência em determinados momentos. Mas depois que os pneus se aqueceram eu até comecei a me aproximar do Grosjean. Estava a seis décimos dele quando o Marcus chegou."

Com Ericsson se aproximando, a equipe pediu que Nasr deixasse o companheiro passar para que ele pudesse tentar superar o francês, mas o brasileiro não viu motivo para acatar a ordem. "Eles tinham todos os dados e viam que meus pneus estavam frios. Depois que eles aqueceram, eu mostrei que eu tinha ritmo e não vi motivo para deixar passar. Não achei que era o momento de fazer isso. Era uma corrida de verdade, não era que um dos dois estava em uma estratégia diferente."

Nasr justificou que houve duas ocasiões ano passado em que a situação esteve inversa: a equipe pediu que Ericsson o deixasse passar e o sueco não atendeu à ordem. "Precisamos ter confiança dentro da equipe para saber que, quando existe alguma ordem para trocar posições, isso será feito. E acho que não temos confiança nele em relação a isso porque ele desrespeitou duas vezes."
 
Ericsson, por sua vez, disse não concordar com a decisão dos comissários e criticou a postura de seu companheiro. "Eu estava preso atrás dele e pedi para a equipe ver o que podia fazer. Me disseram por sete ou oito voltas que estavam pedindo para ele abrir. Depois meu engenheiro me deu luz verde para tentar passar. Tinha tentado passar Bottas naquela curva e quase consegui, então achei que seria ok e fui. Achei que, na pior das hipóteses, eu tiraria o pé e não conseguiria passar. Mas é claro que com Felipe não é como lutar com Bottas. É muito desapontador para a equipe e pedi desculpa pela minha parte."
 
Do lado da equipe, a chefe Monisha Kaltenborn não quis falar com a imprensa sobre o ocorrido e o time se limitou a dizer que 'vai lidar internamente' com os problemas entre os dois pilotos.

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