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Hamilton sob pressão: além de não vencer, agora vê circuito de frustrações

Hamilton não conseguiu esconder sua irritação no pódio do ano passado, quando foi terceiro - Alexander Klein/AFP
Hamilton não conseguiu esconder sua irritação no pódio do ano passado, quando foi terceiro Imagem: Alexander Klein/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Monte Carlo (MON)

25/05/2016 06h00

Vencer o GP de Mônaco é questão de honra para qualquer piloto. Afinal, a traiçoeira e tradicional pista costuma coroar grandes campeões, por não admitir erros. Ao longo dos anos, contudo, o circuito se tornou mais fonte de frustrações do que de glórias para Lewis Hamilton. Para piorar, nos últimos três anos, o inglês teve de ver o próprio companheiro Nico Rosberg vencer no Principado.

Considerado um dos pilotos mais habilidosos do grid, Hamilton venceu em Mônaco em todas as categorias de base pelas quais correu no circuito. Na Fórmula 1, bateu na trave no ano de estreia, quando perdeu para Fernando Alonso em uma prova polêmica. Sua única vitória no Principado viria no ano seguinte, com chuva, em 2008. E seria a única. Assim, em nove tentativas, o tricampeão do mundo só venceu uma vez a prova mais famosa do campeonato.

Mais do que isso: após a vitória de 2008, Hamilton só chegou ao pódio na etapa monegasca nos últimos dois anos. As provas de 2014 e 2015, contudo, estão entre as maiores frustrações do inglês no circuito: a bordo do melhor carro do grid, o inglês se envolveu em uma polêmica na classificação em 2014 e perdeu uma vitória certa por uma estratégia errada da Mercedes no ano seguinte.

Há dois anos, durante a disputa pela pole, Nico Rosberg, que vinha provisoriamente com o melhor tempo, errou sua última tentativa e provocou uma bandeira amarela justamente antes de Hamilton, que vinha mais rápido, passar pelo local. Com isso, o inglês teve de desacelerar, o que causou a suspeita de que o alemão saíra da pista de propósito, no que foi o primeiro episódio polêmico entre os dois.

Em 2015, Hamilton vinha fazendo uma corrida perfeita após largar na pole. Porém, com 14 voltas para o final, a Mercedes decidiu fazer um pit stop não programado para o inglês durante um Safety Car, e o piloto caiu para terceiro, sem conseguir se recuperar. Na ocasião, Hamilton ficou tão contrariado que quase parou seu carro na curva Portier e foi embora para sua casa, deixando a cerimônia do pódio. Alertado pela equipe de que poderia ser punido, o piloto mudou de ideia.

“Não tenho tido a melhor sequência possível de resultados em Mônaco, mas ano passado mostrei que tenho ritmo o suficiente para mudar isso”, lembrou o inglês, que segue se empolgando com o Principado. “É uma sensação incrível fazer o carro dançar pelas ruas, uma das emoções mais puras que você pode ter em um carro.”

Em 2016, Hamilton chega pressionado em Mônaco depois de ter batido com o companheiro no GP da Espanha, no que foi considerado pelos comissários um incidente de corrida. Dentro da Mercedes, contudo, o inglês foi duramente criticado pelo dirigente Niki Lauda, que o culpou pela batida.

“Em Barcelona tive a pior das sensações mas sempre digo que o teste de verdade é como você dá a volta por cima. Foi tudo muito difícil para nós depois da corrida, mas encerramos o capítulo antes de chegar em Mônaco”, afirmou o inglês.

Ainda sem conseguir vencer em 2016, Hamilton está em terceiro no campeonato, a 43 pontos do líder Rosberg e atrás também de Kimi Raikkonen, da Ferrari.

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