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Pré-temporada da F-1 teve muitas pistas falsas nos últimos anos; relembre

Em 2011, Barrichello foi o mais rápido dos testes, mas a Williams teve ano péssimo - Tom Gandolfini/AFP
Em 2011, Barrichello foi o mais rápido dos testes, mas a Williams teve ano péssimo Imagem: Tom Gandolfini/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

15/02/2016 06h00

“Campeonato mundial de inverno”. Foi esse o título que o comandante da McLaren, Ron Dennis, certa vez deu à pré-temporada da Fórmula 1, debochando da representatividade dos tempos marcados. E, de fato, apesar dos testes, que se iniciam dia 22 de fevereiro, sempre darem alguns indicativos, também costumam dar pistas falsas sobre a temporada.

São alguns fatores que explicam isso, desde a necessidade de manter acionistas e patrocinadores felizes, até a possibilidade de andar fora de regulamento. Porém, o mais importante é o nível de combustível e o tipo de pneu utilizado, combinação que pode gerar diferenças que chegam perto de 10s por volta.

A cada 10 quilos de gasolina a mais no tanque na F1, a conta é feita em quilos, e não em litros — representa 0s3 por volta na maioria dos circuitos. Para se ter uma ideia do impacto do peso, a pole position do GP da Espanha (onde serão realizados os testes) do ano passado foi feita em 1min24s6. Com os mesmos pneus, mas de tanque cheio, o líder começou a prova andando em um ritmo de 1min35. No caso da utilização de compostos diferentes, a distância dificilmente é inferior a 1s.

Isso gerou algumas impressões que acabaram não se confirmando nas últimas temporadas. Em 2010, por exemplo, muitos analistas diziam que a Red Bull teria dificuldades por falta de confiabilidade e defendiam que a McLaren seria o time a ser batido. Mas quem acabou sendo campeão foi Sebastian Vettel, com a Red Bull.

No ano seguinte, Rubens Barrichello fechou os testes de 2011 com o melhor tempo. Mas a Williams viveu uma das piores temporadas da história, com apenas 5 pontos marcados.

Em 2012, quem começou na frente foi a Lotus, com Romain Grosjean. E o francês fechou o ano com apenas três pódios. 

Em 2014, Fernando Alonso fechou o último dia de testes na frente, mas passou em branco pela primeira vez desde 2009 com uma Ferrari que viveu sua pior temporada em 20 anos.

Ano passado, apesar da Mercedes ter se mostrado a equipe mais forte logo de cara, os analistas esperavam que a Williams estivesse à frente da Ferrari, o que não aconteceu.

Por outro lado, houve situações em que muitos achavam que as equipes estavam blefando, mas isso não se confirmou: em 2009, a Brawn surgiu apenas no último teste arrasando a concorrência, e conquistou o título por antecipação. Já no ano passado, as dificuldades da McLaren ficaram óbvias logo de cara, e duraram por todo o ano.

Em 2016, a Fórmula 1 terá duas baterias de testes de pré-temporada, ambas no Circuito da Catalunha. A primeira será de 22 a 25 de fevereiro e a segunda, de 1º a 4 de março. A temporada começa dia 20 de março, no GP da Austrália.

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