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Pilotos e dirigente aumentam pressão para que F-1 volte a ser 'pé embaixo'

Ricardo Mazalan/AP
Imagem: Ricardo Mazalan/AP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

28/01/2016 09h41

Frustrados com a necessidade de economizar pneus durante as corridas, os pilotos têm pedido para a Fórmula 1 mudar sua abordagem e adotar pneus mais duráveis a partir da próxima temporada. A ideia foi abraçada pela própria Pirelli e pelo promotor da categoria, Bernie Ecclestone, e pode estar perto de virar realidade.

Porém, existe o temor de que retirar o fator degradação possa interferir negativamente no número de ultrapassagens. Para evitar que isso aconteça, os engenheiros estão tentando definir novas regras de configuração aerodinâmica que compensem a mudança.

A Pirelli entrou na Fórmula 1 em 2011 com o propósito de construir pneus de alta degradação, como parte de um pacote, que incluía a asa traseira móvel, para aumentar o número de ultrapassagens. Ainda que o objetivo tenha sido atingido, os pneus italianos foram bastante criticados pelos pilotos ao longo dos anos justamente pelo excesso de degradação.

Recentemente, o presidente da associação de pilotos, Alex Wurz, falou em nome dos profissionais e pediu pneus de melhor performance. “Se tivermos pneus aderentes, teremos pilotos felizes, e pilotos felizes significa uma performance autêntica e honesta, uma mensagem pura para o produto e pilotar os carros no máximo.”

Porém, no período mais recente em que a Fórmula 1 teve pneus de alta qualidade, quando havia a guerra entre duas fabricantes - Bridgestone e Michelin, até 2006 - a média de ultrapassagens por prova ficava em 15. Hoje, ela é superior a 30, tendo chegado a mais de 60 por GP em 2011.

Mesmo assim, Bernie Ecclestone foi outro que saiu em defesa dos pneus de alta performance. O inglês disse “concordar um milhão por cento” que os pilotos tenham de andar de pé embaixo nas corridas.

A Pirelli, por sua vez, se mostrou aberta a mudanças. “Queremos ouvir os pilotos - e estamos contentes em dar exatamente o que eles quiserem”, disse o diretor esportivo da marca, Paul Hembery. “Estamos felizes que a situação seja esclarecida e que nos deem um objetivo. Mas está claro que precisamos de um plano para saber como vamos chegar lá”, afirmou, referindo-se à necessidade de testar os pneus.

Uma das dificuldades da Pirelli nos últimos anos tem sido convencer as equipes a permitir os testes com carros atuais, que não são permitidos pelo regulamento. Como nem todos têm condições financeiras de participar dos testes e eles são bastante limitados na F-1 desde 2009, isso gerou dúvidas a respeito de possíveis vantagens que os times que levarem os carros à pista possam ter.

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