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Pilotos deverão ganhar proteção para a cabeça, mas F-1 adia cockpit fechado

Cockpit da F-1 pode ter proteção a partir de 2017

UOL Esporte

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

27/01/2016 06h00

A Fórmula 1 caminha para adotar proteções para as cabeças dos pilotos já na próxima temporada, com a pressão pública dos profissionais, liderada pelo presidente da GPDA (Associação dos Pilotos de GP), Alex Wurz, e a proposta enviada às equipes pela Federação Internacional de Automobilismo.

Porém, ao contrário da expectativa inicial, é quase nula a possibilidade de a categoria adotar cockpits totalmente fechados em um futuro próximo. Isso devido a preocupações em relação à extração de pilotos em caso de acidente.

Três soluções teriam sido testadas pela FIA na semana passada, sendo que nenhuma delas cobre totalmente o cockpit. Trata-se de esquemas de ‘barras’ posicionadas de maneiras diferentes. O teste teria reiterado os estudos anteriores, dando preferência ao modelo denominado ‘halo’, proposto pela Mercedes.

As maiores preocupações em relação ao conceito, contudo, é sua capacidade de absorver impacto sem se romper e a diminuição da visibilidade dos pilotos, especialmente em subidas.

A estrutura teria um mecanismo articulado para permitir a saída do piloto com facilidade.

A grande preocupação da federação é com objetos que possam atingir a cabeça dos pilotos, especialmente pneus. Afinal, ainda que diversas medidas tenham sido tomadas para evitar que as rodas se desprendam do restante do carro no caso de acidentes, isso não acontece em 100% dos casos.

Recentemente, Wurz disse que a expectativa dos pilotos é que o conceito seja adotado sem grande resistência. "A pesquisa dos especialistas da FIA é muito abrangente e o processo trouxe à tona uma solução clara", disse, referindo-se ao ‘halo’. "Agora os pilotos sentem que chegou o momento de implementar essa proteção extra no máximo em 2017. "Obviamente, seriam necessárias mudanças estruturais no chassis mas, com quase um ano faltando, não vejo ninguém falando nada contra melhorias tão substanciais de segurança, especialmente pelos últimos acidentes graves terem envolvido lesões cerebrais. Então todos os pilotos e eu esperamos que a aprovação dessa proteção adicional seja apenas uma formalidade."

Após quase 20 anos sem conviver com mortes, a Fórmula 1 teve dois acidentes fatais nos últimos anos, ambos causando sérias lesões cerebrais nos pilotos, que faleceram meses após as colisões. O primeiro caso foi da espanhola Maria de Villota,  que se chocou contra um caminhão em um teste em 2012. A piloto chegou a se recuperar, mas passou a conviver com sequelas do violento trauma cerebral, que a fez perder um olho, morrendo pouco mais de um ano depois.

Porém, a primeira morte de um piloto em decorrência de um acidente sofrido em sessões oficiais desde Ayrton Senna em 1994 aconteceu em julho do ano passado. A Marussia de Jules Bianchi se chocou contra um trator que fazia a remoção de outro carro durante o GP do Japão e o francês ficou em coma por nove meses antes de falecer, também devido a lesões cerebrais.

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