UOL Esporte Fórmula 1
 
03/08/2009 - 12h11

Nelsinho Piquet confirma que não é mais piloto da Renault

Do UOL Esporte
Em São Paulo
O DESABAFO DE NELSINHO
EFE
Sinto uma sensação de alívio por ter chegado o fim do pior período da minha história profissional.
Meu pai e eu assinamos um contrato de management com Briatore. Foi aí que o período negro da minha carreira começou.
Em inúmeras ocasiões, meu chefe me ameaçava, dizendo que se eu não conseguisse um bom resultado, ele já tinha outro piloto para o meu lugar
Ele [Briatore] me fez assinar um contrato baseado em desempenho, exigindo que eu tivesse 40% dos pontos do Alonso até a metade da temporada.
As condições que tive de enfrentar durante os últimos dois anos têm sido no mínimo atípicas, existindo alguns incidentes que mal posso acreditar que me ocorreram.
Um manager deve encorajar, apoiar e fornecer oportunidades. No meu caso aconteceu o contrário, Flávio Briatore foi o meu carrasco.
Quem conhece a minha história sabe que os resultados que estou tendo na F1 não correspondem ao meu currículo e minha habilidade.
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Nelsinho Piquet confirmou nesta segunda-feira a sua saída da equipe Renault. Em comunicado oficial divulgado para a imprensa, o brasileiro explicou que foi demitido pela escuderia, se disse aliviado e voltou a reclamar da maneira como foi tratado pelo chefe do time, Flavio Briatore.

"Recebi uma comunicação da equipe Renault referente à sua decisão de me impedir de continuar sendo um de seus pilotos na atual temporada", escreveu Nelsinho, que disse ter passado pela pior fase da carreira.

Em sua página na rede virtual Twitter, Nelsinho deu a entender que já sabia da sua demissão há algum tempo. "Desculpem por não ter contado antes. Eu não correrei mais pela Renault", escreveu o piloto.

"Obviamente, fiquei bastante desapontado ao receber esta notícia. No entanto, sinto também uma sensação de alivio por ter chegado o fim do pior período da minha carreira. Poderei, agora, recomeçar o desafio de colocar minha carreira de volta no caminho certo, e recuperar a minha reputação de piloto rápido e vencedor", desabafou.

"Eu sempre soube trabalhar em equipe e existem dezenas de pessoas com quem trabalhei em minha carreira e que podem atestar meu caráter e talento, exceto, infelizmente, a pessoa que teve mais influência sobre a minha carreira na Fórmula 1", continuou.

A saída do piloto já vinha sendo prevista desde a semana passada pela imprensa, mas ele evitou dar declarações nos últimos dias. Agora, ele torce para que o pai confirme os rumores de que vai comprar a BMW para fazer parceria com a Sauber no ano que vem - assim, Nelsinho continuaria no grid em 2010.

O brasileiro não somou nenhum ponto nas dez corridas que disputou em 2009, enquanto o seu companheiro Fernando Alonso já tem 13. Seu chefe Flavio Briatore chegou a criticá-lo publicamente. Nelsinho deverá ser substituído pelo suíço Romain Grosjean nas próximas corridas.

Nelsinho começou a sua carreira no automobilismo com oito anos de idade, e tem títulos da Fórmula 3 Sul-Americana e F3 inglesa, além do vice-campeonato da GP2 em 2006, quando perdeu para Lewis Hamilton. Sua estreia na Fórmula 1 foi no ano passado, quando marcou 19 pontos e conseguiu seu melhor resultado na categoria, o segundo lugar no GP da Alemanha.

O brasileiro revelou que a pressão por resultados começou já na sua primeira temporada na Renault: "Em inúmeras ocasiões, quinze minutos antes da classificação e das corridas, o meu chefe de equipe me ameaçava, dizendo que se eu não conseguisse um bom resultado, ele já tinha outro piloto pronto para colocar no meu lugar".

Nelsinho revelou que, antes da atual temporada, Briatore o fez assinar um acordo baseado em desempenho, exigindo que ele tivesse pelo menos 40% dos pontos de Alonso até a metade do ano. O brasileiro disse que estava confiante em conseguir alcançar a meta, mas reclamou que não havia igualdade de condições.

"Com o carro novo eu completei 2.002 km de testes, contra os 3.839 de Fernando. Apenas três dos meus dias de testes foram com pista seca e bom tempo, e apenas um dos testes do Fernando foi em pista molhada. Eu testava sempre com o carro pesado e pneus duros, principalmente no primeiro dia. Eu nunca tive a chance de estar preparado para classificar no sistema que utilizamos".

O piloto brasileiro falou em situações 'anormais' vividas na Renault e não poupou críticas ao chefe. "Eu sempre acreditei que ter um manager seria fazer parte de uma equipe e que teria nele um parceiro. Um manager deve encorajar, apoiar e fornecer oportunidades. No meu caso foi o contrário, Flávio Briatore foi o meu carrasco".

Nelsinho foi o segundo piloto a perder o posto na temporada. Também por falta de bons resultados, o francês Sebastien Bourdais foi demitido da Toro Rosso logo depois do GP da Alemanha. Para o seu lugar, foi contratado o estreante espanhol Jaime Alguersuari.

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