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05/07/2006 - 17h53

França de Zidane bate Portugal de Scolari e decide com Itália

Da Redação
Em São Paulo

CENAS DA SEMIFINAL

Reuters

Abraço amigo de Figo e Zidane

Reuters

Malouda chuta aos 38 segundos

Reuters

Thuram foi melhor em campo

EFE

Zidane cobra pênalti e faz 1 a 0

EFE

O astro comemora com Malouda

EFE

Henry chuta no 2º tempo

Com Zidane decisivo e uma defesa bem fechada para manter a vantagem no placar, a França repetiu a fórmula com a qual venceu o Brasil e bateu Portugal por 1 a 0, nesta quarta-feira em Munique, pelas semifinais da Copa do Mundo. Neste domingo, a França, campeã em 1998, tentará o bi mundial contra a Itália, às 15h (horário de Brasília) no estádio Olímpico de Berlim, na grande final da 18ª Copa do Mundo.

O gol foi de Zidane em cobrança de pênalti aos 33min do 1º tempo. Também de pênalti, ele já tinha classificado a França diante de Portugal na semifinal da Eurocopa de 2000, ao fazer o gol da vitória na prorrogação.

E o adversário na final desta Copa será, por coincidência, o mesmo daquela Euro de seis anos atrás. Naquela decisão, a França bateu a Itália por 2 a 1 com uma virada espetacular, empatando o jogo nos descontos e marcando o gol de "morte súbita" na prorrogação.

Para Portugal do técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, resta o consolo de decidir o 3º lugar contra a dona da casa Alemanha neste sábado, às 16h em Stuttgart. A seleção lusa tentará igualar o 3º lugar conquistado na Copa de 1966, sua melhor colocação até agora.

Scolari perdeu a chance de participar de sua segunda final seguida (a primeira foi com o Brasil, em 2002) e de ser o primeiro técnico a conquistar a Copa com uma seleção que não a de seu país natal. Também viu encerrada sua invencibilidade de 12 jogos em Copas (sete com o Brasil em 2002 e cinco com Portugal na atual).

O treinador protestou muito durante o jogo contra a marcação do pênalti que gerou o gol francês e a não marcação de uma penalidade sobre Pauleta, ainda no 1º tempo. Com o jogo encerrado, Scolari foi em direção do árbitro uruguaio Jorge Larrionda para reclamar e acusá-lo de ser tendencioso.

Zidane fez o gol decisivo e várias jogadas. Porém, ele não repetiu a conquista do prêmio de melhor em campo que teve contra o Brasil nas quartas-de-final. Desta vez, o também veterano Thuram foi o escolhido pela Fifa por seu trabalho na defesa francesa.

A França começou demonstrando que iria explorar todas as brechas que Portugal deixasse. Logo aos 38 segundos, Malouda recebeu lançamento longo, escapou da marcação de Miguel e chutou cruzado. Um pouco longe do gol, mas, mesmo assim, um alerta.

Portugal respondeu pouco depois, aos 4min, com um chute rasteiro de Deco que Barthez defendeu dando rebote, mas Pauleta não chegou a tempo para arrematar. Os lusos passaram a ter mais domínio das ações e voltaram a ameaçar com um belo chute de longe de Maniche aos 8min, que passou rente ao travessão.

Com muito toque de bola até achar o momento certo de impor mais rapidez em jogadas pelas laterais (principalmente pela direita, onde Figo aproveitava os espaços deixados por Abidal), Portugal dominou as ações. A França se resguardava e, quando descia, fazia com mais objetividade.

Aos 27min, Henry driblou Miguel pela esquerda e chutou para Ricardo defender. Quatro minutos depois, o mesmo Henry recebeu na área. A bola respingou e Ricardo Carvalho furou ao tentar cortar com a perna direita. Já a perna esquerda do zagueiro atingiu Henry, que caiu. Pênalti assinalado pelo árbitro uruguaio Jorge Larrionda, apesar dos muitos protestos de Luiz Felipe Scolari.

Aos 33min, Zidane cobrou o pênalti com força e precisão no canto direito de Ricardo. Mais uma vez, o goleiro português pulou certo, como nos quatro pênaltis da decisão contra a Inglaterra, quando pegou três. Porém, desta vez o gol aconteceu.

Se já tinha reclamado da marcação do pênalti para os franceses, Scolari explodiu de raiva três minutos depois, quando Pauleta foi empurrado na área ao tentar alcançar um cruzamento. A falta existiu, mas o árbitro ignorou.

SCOLARI RECLAMA DO ÁRBITRO

AFP

O técnico Luiz Felipe Scolari reclamou da performance do árbitro uruguaio Jorge Larrionda. "Se existe uma vergonha para a América do Sul foi o que aconteceu hoje. Fazer o quê?", lamentou à imprensa.

Porém, Scolari não culpou os supostos erros da arbitragem pela derrota de Portugal. Reconheceu a superioridade da França dizendo que sua equipe corria por fora na disputa pelo título.

Botando pressão, Scolari reclamou com gestos para o quarto árbitro à beira do campo. E, antes do início do 2º tempo, voltou a manifestar seu descontentamento para o árbitro Larrionda.

Com um bom bloqueio armado na defesa a partir do momento em que saiu à frente no placar, a França retornou para o 2º tempo querendo liquidar o jogo. Henry teve boa chance aos 2min, num chute cruzado no qual Ricardo se atrapalhou e deixou a bola passar por baixo de seu corpo, mas o frango não aconteceu porque a bola saiu.

Um minuto depois, Ribéry acertou bom chute da entrada da área, depois de jogada de fintas feita por Zidane pela esquerda.

Passado esse ímpeto, a França voltou a fortalecer a retaguarda e esperar alguma chance de contra-ataque. Portugal passou a procurar os espaços para empatar. Aos 7min, Pauleta até conseguiu com um corte curto dentro da área, mas chutou na rede pelo lado de fora.

Portugal passou a perder o ímpeto em seus avanços ao não encontrar maneiras de superar o bloqueio francês. Para tentar reacender o time, Scolari tirou Pauleta, que errou em muitos lances, e colocou Simão Sabrosa aos 23min. Seis minutos depois, incluiu mais um atacante: Postiga no lugar do volante Costinha.

Porém, com o habilidoso Figo demonstrando cansaço, a missão parecia mais difícil.

E o reflexo diminuído de Figo rendeu a grande chance perdida aos 33min: Cristiano Ronaldo cobrou falta, Barthez falhou grotescamente e largou a bola para o alto, e Figo cabeceou para fora com o gol aberto.

Com essa grande oportunidade rara jogada fora, Portugal entrou definitivamente na fase de aflição ao ver cada minuto passar sem conseguir se infiltrar nos blocos defensivos franceses. No desespero do fim do jogo, o goleiro Ricardo foi até a área francesa para tentar cabecear em dois escanteios, já nos acréscimos.

A França administrou e chegou à decisão com seu time de veteranos, alguns deles campeões em 1998: Barthez, Thuram, Zidane, Henry, Vieira e o reserva Trezeguet.




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