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01/07/2006 - 18h47

Parreira não se arrepende de estratégia, mas contesta preparação

Daniel Tozzi e João Henrique Medice
Enviados especiais do UOL
Em Frankfurt (Alemanha)
A postura serena que caracteriza a personalidade do técnico Carlos Alberto Parreira não desapareceu depois da eliminação na Copa do Mundo, com a derrota neste sábado para a França por 1 a 0 em Frankfurt. Com discurso resignado, o treinador da seleção afirmou depois da eliminação que não se arrepende de toda a estratégia adotada para a competição, destacando as virtudes francesas como razão do fracasso brasileiro na Alemanha.

AFP

Parreira orienta a seleção durante a derrota para a França em Frankfurt

FRANÇA ELIMINA O BRASIL
FOTOS DO 1º TEMPO
FOTOS DO 2º TEMPO
FOTOS DAS TORCIDAS
"O time francês se impôs, se postou atrás com nove jogadores. Sabíamos que o jogo seria muito difícil. A França cresceu na hora certa na competição. As jogadas de bola parada acabaram decidindo o jogo. O Zidane é um especialista nisso. Mas não me arrependo em nenhum minuto. Quem comanda tem que ter coragem em tomar decisões", analisou Parreira após a derrota.

"Eles (franceses) abusaram de duas jogadas, da bola parada e do lançamento longo para o Henry. Acabaram conseguindo", emendou o treinador.

Mesmo sem reconhecer algum ponto falho no planejamento para a Copa, o técnico da seleção admitiu que a preparação para a competição não foi a ideal.

"Faltou mais preparação, mais parte física, mais entrosamento. Essa equipe jogou muito pouco. Só um jogo amistoso em Moscou. Esperávamos que o time crescesse ao longo da competição", refletiu o treinador.

O treinador também rebateu contestações de que teria demorado a mexer na equipe durante a derrota para a França.

"O Robinho vinha de uma contusão, não havia chutado uma bola. Embora tivesse sido liberado pelo departamento médico, era complicado começar jogando. As substituições foram acertadas, só não tiveram efeito por causa da postura da França, que estava com nove homens atrás da linha de bola", justificou.

Apesar de adotar discurso de resignação, Parreira afirmou que não previa uma queda do Brasil antes das semifinais.

"Tenho que ser muito sincero, é um momento duro, ser eliminado nas quartas-de-final. Não me preparei. Ninguém estava preparado para sair da competição antes das finais", afirmou.

No desfecho da entrevista, Parreira declarou que ainda não se sente preparado para dizer sobre seu futuro profissional. "Não tenho essa preocupação, se vou continuar ou não. Vou resolver quando chegar ao Brasil", disse o treinador.

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