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27/06/2006 - 13h52

Brasil "de resultados" bate Gana, recordes e pega França nas quartas

Daniel Tozzi e João Henrique Medice *
Enviados especiais do UOL
Em Dortmund (Alemanha)
* Atualizado às 17h55

OS GOLS BRASILEIROS

Reuters

Ronaldo passa por Kingson

Reuters

Ele fica com o gol aberto

Reuters

E chuta quando Pantsil chega

Reuters

Ronaldo festeja o recorde isolado

Reuters

Impedido, Adriano faz de joelho

Reuters

O juiz valida e ele comemora

EFE

Zé Roberto festeja o 3º gol

Carlos Alberto Parreira retornou à escalação pragmática dos dois primeiros jogos e o "show de resultados" deu certo, apesar de alguns sustos e de um gol impedido. Sem o brilho da goleada do "misto" diante do Japão, objetivo nos contra-ataques mas permitindo o domínio adversário em boa parte do jogo, o Brasil venceu Gana por 3 a 0, nesta terça-feira, em Dortmund, pelas oitavas-de-final. Com isso, se classificou para enfrentar a França, que venceu a Espanha por 3 a 1 nesta terça-feira à tarde.

A repetição da final da Copa de 1998, com Ronaldo e Zidane em campo novamente, será neste sábado, às 16h (horário de Brasília), em Frankfurt. Quem vencer nas quartas-de-final enfrentará o vencedor de Inglaterra x Portugal, partida que acontecerá às 12h do mesmo dia.

Na partida contra Gana, Zé Roberto (que fez o terceiro gol) foi eleito melhor em campo pela Fifa. É o primeiro brasileiro a receber essa premiação pela segunda vez nesta Copa.

Outros recordes mais amplos foram atingidos. Ronaldo fez o primeiro gol e se isolou, com 15 gols, como maior artilheiro de todas as Copas, superando os 14 do alemão Gerd Müller. "Quero mais, mais e mais. Continuar marcando gols e conquistando títulos", disse Ronaldo após a partida.

Cafu atingiu 19 partidas e isolou-se como o brasileiro com mais atuações em Mundiais.

No coletivo, duas marcas foram ampliadas. A seleção se tornou a primeira a atingir 200 gols em Copas do Mundo (com o gol de Adriano aos 46min do 1º tempo). E foi a 11ª vitória consecutiva em Mundiais, deixando ainda mais para trás as sete vitórias da Itália nas Copas de 1934 e 1938.

O Brasil também igualou Alemanha e Argentina como ataque mais positivo da Copa de 2006 até agora: 10 gols para cada time.

Ao retomar o time que começou a Copa, Parreira apostou em sua formação mais rígida, mais obstinada em sua filosofia de "dar show é ganhar" (como o técnico disse e Kaká repetiu logo após a estréia contra a Croácia).

Parreira repetiu sua filosofia na entrevista após o jogo, rebatendo a um jornalista de língua espanhola que perguntou se o Brasil será campeão abandonando seu famoso futebol bonito. "O que fica na história é quem é campeão, não quem joga bonito", disse o treinador.

Ele também achou que o resultado de 3 a 0 dá uma "impressão enganosa" de que o jogo foi fácil. "Mas não foi", alertou. Porém, ignorou a reclamação de seu colega Ratomir Dujkovic pelo gol em impedimento. "É choro de perdedor. Chora quem perde", dispensou Parreira.

A vitória veio graças à objetividade nos contra-ataques do 1º tempo, embora o gol de Adriano tenha sido feito em impedimento. O "Imperador" estava 53 cm à frente do último zagueiro quando Cafu cruzou para que ele desviasse de joelho e fizesse o gol.

Nas reclamações de Gana, o técnico Ratomir Dujkovic foi expulso na saída para o intervalo porque falou para o árbitro eslovaco Lubus Michel "vestir a camisa amarela" brasileira.

Já o primeiro gol mostrou que Ronaldo evoluiu muito em sua forma e ritmo de jogo. Lançado na corrida por Kaká aos 5min, o "Fenômeno" teve a calma e habilidade para dribrar o goleiro Kingson com uma pedalada e tocar para o gol antes da chegada de Pantsil.

Com a vantagem construída na etapa inicial, o Brasil diminuiu o ritmo no 2º tempo, ainda mais porque perdera Émerson (problema de joelho) no intervalo e Kaká não apresentou o rendimento de sempre desde que sofreu entrada dura de Appiah aos 6min, logo após o primeiro gol.

Apesar do ritmo mais lento, o Brasil chegou ao terceiro gol seguindo o mesmo expediente do primeiro: lançamento longo pegando a defesa de Gana (que joga em linha) desprevinida.

Aos 39min do 2º, Ricardinho (que acabara de entrar no lugar de Kaká) enfiou a bola para Zé Roberto, que avançou livre, driblou Kingson, caminhou e ameaçou fazer o gol de letra. Mas, quase em cima da linha, deve ter se lembrado da filosofia séria do "show é ganhar" e se conformou em marcar com um simples toque.

O que fica na história é quem é campeão, não quem joga bonito

Carlos Alberto Parreira
Outro lançamento semelhante deu errado no 1º tempo. Adriano prendeu a bola em vez de tocar rápido para Ronaldo e acabou caindo na área - o árbitro interpretou que o brasileiro tentou cavar um pênalti. O "Imperador" foi substituído logo no começo do 2º tempo por Juninho Pernambucano.

Além disso, Émerson esteve abaixo da média como volante por causa de um problema de joelho que provocou sua substituição por Gilberto Silva (que jogara muito bem contra o Japão) no intervalo.

Por causa do problema, Émerson chegou a hesitar numa sobra de ataque ganense e viu a bola lhe ser praticamente roubada por Lúcio, que arrancou rapidamente e iniciou a jogada do segundo gol.

Gana ofereceu perigo, mas ou teve má pontaria ou teve Dida pela frente. O goleiro fez uma defesa milagrosa com os pés aos 41min do 1º, apos uma cabeçada de Mensah na pequena área.

No 2º tempo, Dida fez outra defesa importante aos 23min, quando Gyan chutou cruzado e rasteiro e o goleiro pulou certo para defender. Gyan seria expulso aos 35min ao tentar cavar um pênalti em jogada contra Juan. Recebeu o segundo amarelo na partida e, na seqüência, o vermelho.




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