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24/06/2006 - 18h30

Argentina vence na prorrogação e reencontra quartas e Alemanha

Da Redação
Em São Paulo

O JOGO

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Rafa Márquez abre o placar logo no início, sai para desabafar...

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e festeja com Borgetti, que na sequência fez gol contra...

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que foi dado pela Fifa ao atacante argentino Crespo,...

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que estava no lance para atrapalhar o goleiro Sánchez,...

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vencido por um chute de Maxi Rodriguez que derrubou o México

O encanto apresentado na primeira fase da Copa do Mundo não apareceu e a competição teve a sua primeira prorrogação, mas bastou um lance de efeito para que a Argentina derrotasse o México, por 2 a 1 e de virada, voltasse às quartas-de-final da competição após oito anos e se credenciasse para enfrentar a anfitriã Alemanha, um rival histórico.

Com um golaço de Maxi Rodriguez aos 8min do primeiro tempo da prorrogação, a Argentina superou toda dificuldade tática imposta pelo México e confirmou sua ida às quartas, fase que, desde 1990, só tem alcançado quando a Copa do Mundo é disputada na Europa. Em 1994 e 2002, nos EUA e na Ásia, por exemplo, os argentinos caíram nas oitavas e na primeira fase, respectivamente.

Agora, a Argentina terá a chance de reencontrar a Alemanha, adversário que a derrotou por duas vezes em Copas do Mundo, sendo que uma delas ainda é um trauma. Na final de 1990, na Itália, os alemães venceram por 1 a 0 com um gol de Brehme, que confessou às vésperas da abertura da atual edição do Mundial que a marcação do árbitro mexicano Edgardo Codesal Mendez foi equivocada. O novo confronto já tem data marcada: sexta-feira, dia 30, às 12h, em Berlim.

Já o México foi eliminado pela quarta vez consecutiva nas oitavas-de-final da competição, sendo que a seleção só chegou às quartas em duas ocasiões: 1970 e 1986, justamente quando foi sede da Copa.

A troca de passes rápida e a intensa movimentação que caracterizam a Argentina na primeira fase não tiveram tempo de aparecer diante do México, que logo no início da partida em Leipzig lançou mão de uma marcação forte na saída de bola do adversário, abafando os argentinos mesmo com um esquema tático teoricamente defensivo em virtude da escalação adotada por Ricardo La Volpe.

Temendo a Argentina, La Volpe fortaleceu a marcação de sua equipe, com três zagueiros, dois alas com características mais defensivas e Pardo e Morales com a responsabilidade de armar a equipe, que tinha no ataque a sua principal deficiência até o confronto ante a Argentina.

Insatisfeito com apenas os quatro gols marcados, La Volpe decidiu apostar em Borgetti, maior goleador de todas as eliminatórias, com 14 gols, e artilheiro máximo da história da seleção mexicana -38 gols em 75 jogos- que havia se machucado logo na estréia, contra o Irã.

E foi com a marcação no meio-campo que o México começou surpreendendo a Argentina logo aos 5min, quando o capitão Rafa Márquez fez 1 a 0 depois de cobrança de falta executada por Pardo que passou pelo desvio de cabeça de Castro.

A Argentina, no entanto, não deu muito tempo para o México se sentir mais à vontade em campo. Em cobrança de escanteio certeira de Riquelme pelo lado direito, o mexicano Borgetti acabou colocando para dentro de gol quando tentava desviar para fora da área. O gol, porém, foi marcado para Crespo, que chegou ao seu terceiro na Copa.

Crespo, aliás, poderia ter anulado o domínio territorial do México um pouco depois, aos 22min, quando recebeu passe de Cambiasso por trás da zaga adversária e acabou perdendo boa chance quando tentou deslocar o goleiro Sánchez.

Mas a efetividade da Argentina sumiu por todo resto do primeiro tempo, já que o México voltou a ter vantagem na marcação da intermediária adversária e conseguiu criar as três melhores chances de gols antes do intervalo.

A melhor delas surgiu aos 25min, quando Borgetti trocou passe com Fonseca e disparou forte chute, espalmado para escanteio por Abbondazieri. O goleiro argentino, por sinal, falhou feio aos 36min, quando largou cruzamento e quase deixou de bandeja para o atacante mexicano ampliar o placar.

Já nos descontos, o zagueiro argentino Heinze quase botou tudo a perder ao perder bola para Fonseca e ser ver obrigado a fazer falta violenta em Fonseca. Os mexicanos pediram a expulsão, mas o árbitro suíço Massimo Busacca deu apenas o cartão amarelo.

A defesa do Argentina continuou dando sustos logo no início do segundo tempo. Aos 8min, Borgetti recebeu cruzamento da esquerdo, dominou com classe e chutou à queima-roupa, para difícil defesa de Abbondazieri.

RIVALIDADE NA COPA
AnoFaseResultado
1958PrimeiraALE 3 x 1 ARG
1966PrimeiraALE 0 x 0 ARG
1986FinalARG 3 x 2 ALE
1990FinalALE 1 x 0 ARG
Tímida durante a maior parte do jogo, a Argentina ensaiou uma breve pressão contra o México, entre os 11min e os 13min, em ambas ocasiões que o meia Riquelme teve participação precisa. Primeiro, cruzou para a área e encontrou Maxi Rodriguez, que sem marcação acabou chutando mascado, mas assustando Sánchez. Logo depois, deu ótima assistência para Saviola, que apareceu livre na área, mas chutou em cima do goleiro.

Entretanto, José Pekerman demorou para apostar em substituições que dessem uma cara mais agressiva ao time argentino. Apenas aos 30min lançou Tevez e Aimar nas vagas de Crespo e Cambiasso, buscando maior presença na intermediária do México, que também passou a contar com um perfil mais ofensivo após a entrada de Zinha, brasileiro naturalizado mexicano que substituiu Morales.

O México criou ótima possibilidade, aos 41min, quando Pineda fez jogada individual pela esquerda, botou a bola pelo meio das pernas de Scaloni e cruzou para Fonseca, que cabeceou para fora. Mas foi a Argentina que poderia ter evitado a ida para a prorrogação, aos 47min, quando Aimar recebeu passe de Riquelme, em posição duvidosa, e acionou Messi para marcar. O árbitro suíço, porém, anulou o gol.

Com uma equipe mais descansada, a Argentina arrancou para a vitória em um lance de brilhantismo de Maxi Rodriguez, que após receber Sorín, dominou no peito e arriscou de pé esquerdo, de fora da área, atingindo o ângulo direito da trave defendida pelo mexicano Sánchez. O autor do gol foi eleito o melhor jogador da partida pela Fifa.

O México quase empatou aos 2min do segundo tempo da prorrogação, depois que Zinha arrancou em jogada individual pela meia-esquerda e arriscou de longe, mandando a bola rente à trave. Ao final, mesmo com descidas pela linha de fundo e cruzamentos insistentes, os mexicanos sucumbiram.





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