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08/07/2006 - 17h48

Alemanha frustra meta portuguesa e leva prêmio de consolação

Da Redação
Em São Paulo

CENAS DO JOGO

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Torcida alemã agradece pelo desempenho da equipe na Copa

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Pela primeira vez na Copa, Kahn entra em campo como titular

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Fernando Meira e Kehl discutem durante o jogo em Stuttgart

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Schweinsteiger arrisca de fora da área e abre o placar na partida

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Ricardo não consegue evitar o gol contra do português Petit

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Em novo chute de fora da área, Schweinsteiger marca o terceiro

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Nuno Gomes sai do banco para fazer o gol de honra de Portugal

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Vencedores, alemães recebem medalhas de Angela Merkel

A frustração da seleção alemã por não ter garantido vaga na decisão da Copa do Mundo foi minimamente compensada diante mais de 47 mil pessoas que abarrotaram o estádio Gottlieb-Daimler, em Stuttgart, para ver a equipe anfitriã da competição se consagrar terceira colocada ao vencer por 3 a 1, com participação decisiva do meia Schweinsteiger, e acabar com o sonho de Portugal igualar a sua melhor campanha em um Mundial.

Com apoio irrestrito de sua torcida, como foi padrão nos outros seis jogos da Copa, inclusive na eliminação para a Itália, nas semifinais, a Alemanha repetiu a colocação alcançada nas edições de 1934 e 1970 e ainda se aproximou de fazer de Klose o artilheiro da competição.

Com cinco gols, o atacante do Werder Bremen ainda pode ser alcançado neste domingo, na decisão entre italianos e franceses. Caso não seja ultrapassado, porém, o jogador se tornará o goleador da Copa com menos gols desde 1962, quando o iugoslavo Jerkovic marcou o mesmo número de gols.

O prêmio de consolação dos alemães impediu que a seleção portuguesa repetisse o desempenho de 1966, quando também dirigida por um técnico brasileiro, Otto Glória, alcançou o terceiro lugar na Copa da Inglaterra. Como quarta colocada, porém, melhorou muito em relação à sua campanha em 2002, quando decepcionou e caindo ainda na primeira fase, ficando em 21º -em 1986, foi a 17ª.

Sedento pelo posto de melhor equipe depois dos finalistas, o brasileiro Luiz Felipe Scolari armou a equipe portuguesa de forma que anulasse a pressão dos alemães. Não contava, no entanto, com os insistentes chutes de longa distância que acabaram sendo determinantes para o resultado, construído com a precisão dos arremates de Schweinsteiger, eleito pela Fifa o melhor da partida.

Jürgen Klinsmann fez algumas sensíveis mudanças na escalação da seleção alemã em relação à eliminação para a Itália. Sem contar com o lateral Friedrich, o zagueiro Mertsacker e o meia Ballack, todos machucados, o técnico inverteu o posicionamento de Lahm, que foi para a lateral-direita, colocou Frings um pouco mais à frente no meio-campo, lançou mão do experiente zagueiro Nowotny por não poder contar de última hora com Huth, machucado, e promoveu a estréia de Kahn na Copa da Alemanha.

Visivelmente irritado por ter perdido a posição de titular às vésperas do início da competição, o melhor jogador eleito da Copa de 2002 ganhou uma colher-de-chá de Lehmann, que ao ser consultado por Lehmann se ficaria magoado por não jogar a disputa de terceiro lugar da Copa, não entrou em conflito e deixou a vaga aberta para Kahn, que durante a competição mudou sensivelmente seu comportamento.

Carrancudo durante os primeiros jogos, quando era flagrado pelas câmeras de cara fechada, mesmo durante as comemorações dos gols da Alemanha, Kahn ganhou a simpatia da torcida ao manifestar apoio a Lehmann momentos antes da disputa de pênaltis contra a Argentina, quando o titular pegou duas cobranças e classificou a equipe.

As mudanças na equipe, porém, pouco efeito surtiram, apesar do primeiro tempo ter registrado domínio territorial da Alemanha, que usava as laterais para neutralizar a intensa troca de passes e a forte marcação de Portugal, que criou a melhor chance do primeiro tempo, aos 15min, quando Pauleta recebeu sozinho pelo lado esquerdo da grande área e chutou para ótima defesa de Kahn.

Em compensação, a Alemanha criava possibilidades com maior regularidade e, principalmente, com chutes de longa distância. Mantido entre os titulares pela segunda partida consecutiva, Kehl assustou os portugueses por duas vezes, sendo que na segunda, aos 20min, obrigou o goleiro Ricardo a se esticar todo para espalmar para escanteio. O goleiro português, aliás, fez outra importante defesa no primeiro tempo, aos 25min, quando Podolski cobrou falta com a perna esquerda.

Os chutes de longa distância, aliás, continuaram como um dos artifícios mais usados pela seleção alemã, que encontrava muitas dificuldades para fazer tramas que deixassem os atacantes Podolski e Klose na cara do goleiro Ricardo.

E foi em um arremate preciso que a Alemanha abriu vantagem, aos 11min do segundo tempo. Sem nenhum gol marcado em sete jogos como titular, o meia Schweinsteiger fez bela jogada pela ponta esquerda, levou a bola até o bico da grande área e disparou um forte arremate, que passou entre as mãos de Ricardo.

O gol desnorteou Portugal, que não conseguia mais sair de seu campo para evitar a pressão do time da casa, que continuava mantendo a postura de chutar o máximo possível contra o adversário.

DISPUTA DO 3º LUGAR

CopaResultado
1930Não houve
1934Alemanha 3 x 2 Áustria
1938Brasil 4 x 2 Suécia
1950Não houve
1954Áustria 3 x 1 Uruguai
1958França 6 x 3 Alemanha Oc.
1962Chile 1 x 0 Iugoslávia
1966Portugal 2 x 1 União Soviética
1970Alemanha Oc. 1 x 0 Uruguai
1974Polônia 1 x 0 Brasil
1978Brasil 2 x 1 Itália
1982Polônia 3 x 2 França
1986França 4 x 2 Bélgica
1990Itália 2 x 1 Inglaterra
1994Suécia 4 x 0 Bulgária
1998Croácia 2 x 1 Holanda
2002Turquia 3 x 2 Coréia do Sul
2006Alemanha 3 x 1 Portugal
E depois de Lahm quase marcar, aos 14min, em um ótimo voleio pelo lado direito, a Alemanha chegou aos 2 a 0 novamente com um disparo de Schweinsteiger, que após cobrar falta pelo lado esquerdo contou com o desvio de Petit, que atrapalhou Ricardo. O gol foi creditado como contra para o volante português.

No desespero, Portugal ainda tentou partir para cima do time anfitrião da Copa, como no lance em que Deco, aos 18min, ganhou de Jansen na velocidade e chutou para Kahn espalmar para escanteio.

Em provavelmente seu último jogo em uma Copa do Mundo, Figo, de 33 anos, saiu do banco de reservas e quase ajudou Portugal a diminuir a vantagem alemã, ao dar um passe para Cristiano Ronaldo, que disparou para defesa de Kahn.

No lance seguinte, entretanto, a Alemanha liquidou a partida justamente com a jogada que mais utilizou durante o jogo. Em novo chute violento de Schweinsteiger, aos 33min, Ricardo não conseguiu impedir o terceiro gol da equipe terceira colocada da Copa do Mundo de 2006.

Mesmo assim, Portugal continuou insistindo por pelo menos um gol. E após levar perigo com duas chances construídas por Simão, diminuiu a vantagem aos 43min, em cabeceio certeiro de Nuno Gomes, que recebeu perfeito cruzamento de Figo pelo lado direito.





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