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O ARTILHEIRO

Eusébio

País: Portugal
Gols: 9

Jogos: 6
Idade: 24 anos

O moçambicano Eusébio da Silva Ferreira fez parte da leva de jogadores nascidos em ex-colônias africanas que "invadiram" o futebol português na década de 60. Pelo Benfica, foi campeão europeu de clubes em 1962 e havia conquistado dois títulos nacionais antes da Copa.

No Mundial da Inglaterra, o camisa 13 provou sua genialidade. Carregou a modesta seleção portuguesa ao inédito terceiro lugar, foi o artilheiro do torneio com nove gols e acabou eleito o melhor jogador da competição.

Muitos o consideram o maior futebolista europeu de todos os tempos. Conseguia aliar força física, chutes potentes e velocidade, com dribles desconcertantes. As semelhanças física e de estilo alimentaram as comparações com Pelé, embora a distância entre eles seja enorme.

Pela seleção, Eusébio realizou 64 partidas e fez 46 gols. Depois dele, Portugal nunca mais foi o mesmo.
AFP

A MÁQUINA

"English Team"

Colocação: Campeã
Jogos: 6

Vitórias: 5
Gols pró: 11

A Inglaterra aproveitou o fato de jogar em casa e conquistou o título da 8ª Copa. Com uma equipe repleta de craques, como Banks, Moore, Charlton e Hurst, a equipe mesclava força física com técnica apurada.

Na primeira fase, a seleção do técnico Alf Ramsey terminou em primeiro lugar do Grupo 1, com vitórias sobre México e França (ambas por 2 a 0) e empate sem gols contra o Uruguai. Os três jogos da segunda fase foram disputados no tradicional estádio de Wembley. Nas quartas, a vítima foi a Argentina (1 a 0). A surpresa Portugal caiu na semifinal por 2 a 1.

Apesar de controversa - a bola não entrou totalmente no terceiro gol dos ingleses -, a final foi uma verdadeira aula de futebol. Os alemães, que haviam forçado a prorrogação nos acréscimos do segundo tempo, só desanimaram após levarem o quarto gol.

Os inventores do futebol finalmente mostravam ao mundo que sabiam também como jogá-lo. E o título coroou a melhor geração de jogadores jamais produzida pela Inglaterra.
Reuters

O CRAQUE

Bobby Charlton (ING)

Considerado o melhor jogador inglês de todos os tempos, Charlton atingiu o aude de sua carreira na campanha vitoriosa de 1966. Tinha 29 anos e dois Mundiais na bagagem (1958, como reserva; e 1962), quando liderou a seleção da casa na competição.

Sua marca registrada era o poderoso chute de longa distância. Mas era também muito técnico, veloz e elegante no toque de bola. Charlton foi o líder ofensivo da equipe campeã, anotando três gols em seis partidas.

Um deles é antológico. Contra Portugal, na semifinal, ele disparou um torpedo de fora da área impossível de ser defendido. Seus dois gols na partida classificaram a Inglaterra para a sua primeira - e única - final até hoje.

A carreira do inglês é repleta de recordes. Marcou 49 gols pela seleção, venceu 106 competições e tem três títulos da Liga Inglesa. Em 1974, ganhou o status de "Sir" da Ordem do Império Británico. Vinte anos depois, foi ordenado cavaleiro.

A SURPRESA: Portugal

O selecionado português causou forte impacto logo em sua primeira participação em Mundiais. Liderado pelo genial Eusébio, melhor jogador e artilheiro do torneio, o time teve o ataque mais positivo (17 gols) e derrubou rivais tradicionais durante a campanha, como Brasil e Hungria. A derrota para os ingleses (2 a 1) na semifinal foi considerada a melhor partida da Copa. Na decisão pelo terceiro lugar, com gols de Eusébio e Torres, Portugal bateu a União Soviética e confirmou a sua melhor campanha em todos os tempos.

O MICO: Quem não se comunica...

Os argentinos sempre foram famosos pela catimba, mas tiveram culpa dessa vez. O jogo contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final, estava 0 a 0. Aos 25min, Antonio Rattin, um dos principais jogadores da Argentina, decidiu reclamar com o árbitro alemão Rudolf Kreitlein sobre a violência dos anfitriões e pediu um intérprete. Kreitlein, sem entender nada, expulsou o jogador. Inconformado, Rattin demorou dez minutos para sair de campo. Mico duplo: para o juíz, que expulsou sem saber; e para Rattin, por atrasar o reinício do jogo.

A ZEBRA: ITA 0 x 1 CDN

O jogo estava empatado sem gols até os 42min da primeira etapa, quando o dentista Pak Doo Ik marcou para os norte-coreanos, surpreendendo as 20 mil pessoas presentes ao Ayresome Park, em Middlesbrough. A vitória conduziu os asiáticos à fase seguinte. A equipe de Pak acabou eliminada por Portugal nas quartas-de-final (5 a 3), após marcar os três primeiros gols. Eliminados, os jogadores da Itália foram recebidos na terra natal com uma chuva de tomates podres.

A MURALHA

Banks (ING)

Gordon Banks transmitia tanta segurança para os companheiros de time e para os torcedores que ganhou o apelido de "Banks of England" (Banco da Inglaterra, um trocadilho com seu nome).

Conhecido por sua extrema habilidade embaixo das traves, Banks também era um grande pegador de pênaltis, como aconteceu na semifinal da Copa, contra Portugal. A disputa só terminou em 2 a 1 a favor dos ingleses graças a um defesa dele em penalidade máxima cobrada por Eusébio.

Na carreira, Banks tem ainda uma impressionante marca: não tomou gols em 35 dos 73 jogos em que defendeu o gol da seleção de seu país. O jogador foi também o protagonista daquela que é considerada por muitos a "maior defesa de todos os tempos", quando espalmou uma cabeçada certeira de Pelé, no Mundial do México, em 1970.

A GARFADA

ING 4 x 2 ALE

Mais de 95 mil pessoas lotaram o estádio de Wembley para assistir à final mais polêmica da história das Copas. A Alemanha saiu na frente aos 12min, com Haller, mas Hurst empatou seis minutos depois. Peters, aos 33min do segundo tempo, virou o placar para os ingleses. A Alemanha, porém, não se entregou. Já nos acréscimos, Weber aproveitou confusão na área rival para forçar a prorrogação.

O lance da discórdia aconteceu aos 11min. Hurst dominou na entrada da área e chutou. A bola bateu no travessão, caiu sobre a linha e saiu. Os ingleses festejaram, enquanto os alemães reclamaram. O árbitro suiço Gottfried Dienst consultou o bandeirinha soviético Tofik Bakhramov, que confirmou o gol. Posteriormente, recursos tecnologicos permitiram concluir que a bola não havia entrado. A Inglaterra ainda marcou mais um e venceu por 4 a 2.


SELEÇÕES

Goleiro:

1. Banks (ING)

Defesa:

2. Marzolini (ARG)

3. Hottges (ALE)

4. Moore (ING)

Meio-campo:

5. Overath (URU)

6. Voronin (URSS)

7. Beckenb. (ALE)

8. Ball (ING)

Ataque:

9. Charlton (ING)

10. Eusébio (POR)

11. Hurst (ING)