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O CRAQUE

Mané Garrincha

País: Brasil
Idade: 28 anos

Jogos: 6
Gols: 4

O jornal chileno "El Mercurio" publicou a seguinte manchete durante a disputa do Mundial: "Garrincha, de que planeta vienes?". Aos 28 anos, o Mané jogava sua segunda Copa. Na primeira, em 1958, havia sido o coadjuvante de Pelé na conquista do primeiro título para o Brasil. No Chile, porém, o "Rei" sofreu contusão no segundo jogo da primeira fase, no empate contra a Tchecoslováquia. Todas as esperanças, então, foram depositadas no craque de pernas tortas e dribles desconcertantes. Ele demorou a engrenar, passou em branco na primeira fase, mas desencantou nas partidas decisivas. Nas quartas, diante dos ingleses, fez dois na vitória por 3 a 1. Marcou mais dois na semifinal, em que os brasileiros eliminaram o Chile por 4 a 2. Mas não foi apenas o faro de gol que encantou o público. Garrincha sabia como poucos "quebrar" as defesas adversárias, era bom nos cruzamentos e nas jogadas de linha de fundo.
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A MÁQUINA

O Brasil sem Pelé

Colocação: Campeão
Jogos: 6

Vitórias: 5
Gols pró: 14

Vicente Feola, campeão em 1958, deveria ser o técnico da seleção no Chile. Uma infecção renal, porém, o impediu de participar do Mundial. Aymoré Moreira foi o substituto, e não fez feio. Manteve a base e o sistema de jogo do antecessor. E mesmo quando esteve pressionado, agiu de forma tranqüila. Quando perdeu Pelé, seu principal craque, deu confiança a Amarildo, que superou todas as expectativas. A seleção era uma verdadeira constelação - a genialidade de Garrincha, a segurança de Gilmar, a categoria de Djalma Santos, as folhas-secas de Didi e a coragem de Vavá.
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A MURALHA

Gilmar (BRA)

Poucos goleiros desfrutaram de tamanho respeito por parte dos adversários como Gilmar dos Santos Neves. O lendário soviético Lev Yashin, o "Aranha Negra", considerava o brasileiro "o maior do mundo". Com uma tranquilidade impressionante, o goleiro possuia as cinco qualidades que considerava fundamentais para um bom jogador da posição: calma, coragem, estatura, reflexo e segurança. E mesmo jogando em time de vocação ofensiva indiscutível, tomou apenas cinco gols em seis partidas no Mundial. Santista, Gilmar começou a jogar no Jabaquara, em 1950. No ano seguinte, foi para o Corinthians, onde permaneceu por dez anos. Um ano antes da Copa do Chile, transferiu-se para o Santos, onde encerrou a carreira em 1969.

O ARTILHEIRO: Jerkovic (IUG)

Jerkovic é o artilheiro com o menor número de gols em uma Copa: cinco. Mas só teve o feito reconhecido oficialmente em 1993, graças a uma confusão no jogo entre Iugoslávia e Colômbia. Na súmula, o terceiro gol iugoslavo na vitória por 5 a 0 havia sido creditado equivocadamente a Galic, deixando Jerkovic com quatro gols, ao lado de Vavá e Garrincha (BRA), Sanchez (CHI) e Ivanov (URSS). Mas a revisão do filme da partida provou que Jerkovic havia sido o autor daquele gol e o artilheiro isolado da Copa. Segundo maior artilheiro da história do Dínamo de Zagreb, com 300 gols, Jerkovic é considerado o melhor jogador croata de todos os tempos ao lado de Suker (goleador da Copa de 1998).

O MICO: Mané absolvido

Garrincha, o “Anjo das Pernas Tortas”, deitou e rolou no jogo contra o Chile, pela semifinal. Fez dois gols no primeiro tempo e abriu o caminho para a vitória brasileira por 4 a 2. Faltando sete minutos para o fim do jogo, o craque foi expulso por indiciplina - deu um chute no chileno Rojas. Mané deveria cumprir suspensão automática na final, mas a Fifa deu uma "forcinha". Alegando falta de provas, autorizou o craque a jogar.

A ZEBRA: CHI 2 x 1 URSS

Campeã européia em 1960, a União Soviética possuía uma das seleções mais temidas do mundo. Na primeira fase, bateu equipes fortes como Iugoslávia e Uruguai. Mas diante do anfitrião Chile, nas quartas-de-final, nada funcionou. Em tarde infeliz, Yashin levou dois gols "anormais". Os soviéticos pressionaram todo o segundo tempo em busca do empate, mas não conseguiram evitar a eliminação.

A SURPRESA

Tchecoslováquia

Nas três edições da Copa antes da Segunda Guerra Mundial, a seleção tcheca era considerada uma força do futebol. Encerrado o conflito, porém, o país não manteve a tradição - sequer participou do torneio em 1950, e esteve longe do ideal nos dois seguintes (14º em 1954 e 10º em 1958). A redenção veio no Chile, quando alcançou o seu melhor resultado: o vice-campeonato. A equipe tcheca caiu em uma chave complicada na primeira fase, com Brasil, Espanha e México. Terminou em segundo lugar, com uma vitória (Espanha), um empate (Brasil) e uma derrota (México). A força dos balcânicos só se revelou a partir da segunda fase. Nas quartas-de-final, diante da perigosa Hungria, vitória por 1 a 0. Com dois gols de Adolf Scherer, a Tchecoslováquia despachou os iugoslavos por 3 a 1 na semifinal. Na decisão contra o Brasil, os europeus chegaram a sair na frente, com Jo Masopust, mas depois sucumbiram ao maior talento da seleção brasileira. Amarildo, Zito e Vavá deram números finais à partida (3 a 1).

A GARFADA

BRA 2 x 1 ESP

Os espanhois não fizeram bom papel no Mundial, mas foram prejudicados no jogo contra o Brasil, pela primeira fase. A partida estava empatada em 0 a 0, quando Nilton Santos fez falta dentro da área. Inteligente, deu um passo à frente e enganou o juiz, que não deu o pênalti. Na cobrança da falta, após cruzamento, Joaquin Peiro fez um belo gol de bicicleta, que foi anulado pelo árbitro chileno Sérgio Bustamante, alegando jogo perigoso.


SELEÇÕES

Goleiro:

1. Gilmar (BRA)

Defesa:

2. Schnellinger (ALE)

3. Nowak (TCH)

4. Mauro (BRA)

5. D. Santos (BRA)

Meio-campo:

6. Voronin (URSS)

7. Zito (BRA)

8. Skoblar (IUG)

Ataque:

9. Vavá (BRA)

10. Masopust (TCH)

11. Garrincha (BRA)