Poucos goleiros desfrutaram de tamanho respeito por parte dos adversários como Gilmar dos Santos Neves. O lendário soviético Lev Yashin, o "Aranha Negra", considerava o brasileiro "o maior do mundo". Com uma tranquilidade impressionante, o goleiro possuia as cinco qualidades que considerava fundamentais para um bom jogador da posição: calma, coragem, estatura, reflexo e segurança. E mesmo jogando em time de vocação ofensiva indiscutível, tomou apenas cinco gols em seis partidas no Mundial. Santista, Gilmar começou a jogar no Jabaquara, em 1950. No ano seguinte, foi para o Corinthians, onde permaneceu por dez anos. Um ano antes da Copa do Chile, transferiu-se para o Santos, onde encerrou a carreira em 1969.
Jerkovic é o artilheiro com o menor número de gols em uma Copa: cinco. Mas só teve o feito reconhecido oficialmente em 1993, graças a uma confusão no jogo entre Iugoslávia e Colômbia. Na súmula, o terceiro gol iugoslavo na vitória por 5 a 0 havia sido creditado equivocadamente a Galic, deixando Jerkovic com quatro gols, ao lado de Vavá e Garrincha (BRA), Sanchez (CHI) e Ivanov (URSS). Mas a revisão do filme da partida provou que Jerkovic havia sido o autor daquele gol e o artilheiro isolado da Copa. Segundo maior artilheiro da história do Dínamo de Zagreb, com 300 gols, Jerkovic é considerado o melhor jogador croata de todos os tempos ao lado de Suker (goleador da Copa de 1998).
Garrincha, o “Anjo das Pernas Tortas”, deitou e rolou no jogo contra o Chile, pela semifinal. Fez dois gols no primeiro tempo e abriu o caminho para a vitória brasileira por 4 a 2. Faltando sete minutos para o fim do jogo, o craque foi expulso por indiciplina - deu um chute no chileno Rojas. Mané deveria cumprir suspensão automática na final, mas a Fifa deu uma "forcinha". Alegando falta de provas, autorizou o craque a jogar.
Campeã européia em 1960, a União Soviética possuía uma das seleções mais temidas do mundo. Na primeira fase, bateu equipes fortes como Iugoslávia e Uruguai. Mas diante do anfitrião Chile, nas quartas-de-final, nada funcionou. Em tarde infeliz, Yashin levou dois gols "anormais". Os soviéticos pressionaram todo o segundo tempo em busca do empate, mas não conseguiram evitar a eliminação.
Nas três edições da Copa antes da Segunda Guerra Mundial, a seleção tcheca era considerada uma força do futebol. Encerrado o conflito, porém, o país não manteve a tradição - sequer participou do torneio em 1950, e esteve longe do ideal nos dois seguintes (14º em 1954 e 10º em 1958). A redenção veio no Chile, quando alcançou o seu melhor resultado: o vice-campeonato. A equipe tcheca caiu em uma chave complicada na primeira fase, com Brasil, Espanha e México. Terminou em segundo lugar, com uma vitória (Espanha), um empate (Brasil) e uma derrota (México). A força dos balcânicos só se revelou a partir da segunda fase. Nas quartas-de-final, diante da perigosa Hungria, vitória por 1 a 0. Com dois gols de Adolf Scherer, a Tchecoslováquia despachou os iugoslavos por 3 a 1 na semifinal. Na decisão contra o Brasil, os europeus chegaram a sair na frente, com Jo Masopust, mas depois sucumbiram ao maior talento da seleção brasileira. Amarildo, Zito e Vavá deram números finais à partida (3 a 1).
Os espanhois não fizeram bom papel no Mundial, mas foram prejudicados no jogo contra o Brasil, pela primeira fase. A partida estava empatada em 0 a 0, quando Nilton Santos fez falta dentro da área. Inteligente, deu um passo à frente e enganou o juiz, que não deu o pênalti. Na cobrança da falta, após cruzamento, Joaquin Peiro fez um belo gol de bicicleta, que foi anulado pelo árbitro chileno Sérgio Bustamante, alegando jogo perigoso.
SELEÇÕES
1. Gilmar (BRA)
2. Schnellinger (ALE)
3. Nowak (TCH)
4. Mauro (BRA)
5. D. Santos (BRA)
6. Voronin (URSS)
7. Zito (BRA)
8. Skoblar (IUG)
9. Vavá (BRA)
10. Masopust (TCH)
11. Garrincha (BRA)