Segunda colocada em 1938 e campeã olímpica dois anos antes, a seleção húngara era a grande favorita ao título. Não perdia desde junho de 1950, num total de 27 jogos (23 vitórias e quatro empates) até o início da Copa. Com craques como Puskas, Kocsis e Czibor, a Hungria arrasou todos os seus adversários até a final, inclusive o Brasil, marcando 25 gols em apenas quatro jogos. Adversária na decisão, a Alemanha havia levado um incontestável 8 a 3 na primeira fase. Na disputa do título, porém, os alemães neutralizaram o poder ofensivo húngaro e venceram por 3 a 2, de virada.
Com 42 faltas marcadas, um exagero para a época, o duelo entre Brasil e Hungria pelas quartas-de-final foi um dos mais violentos da história. Após muitos desentendimentos e agressões, dois brasileiros (Nilton Santos e Humberto) e um húngaro (Boszik) foram expulsos. Nem mesmo o fim do jogo acalmou os ânimos. Na saída para os vestiários, a pancadaria só aumentou, com direito a socos, garrafadas e até "chuteiradas". A Fifa lamentou o episódio, mas não puniu ninguém.
Gyula Grosics foi um dos pilares da "seleção de ouro" da Hungria na década de 50. Chamado de "Pantera Negra", ficou conhecido por suas constantes saídas de gol com os pés, como se fosse um jogador de linha, inovando o papel que os goleiros desempenhavam até então. Na Copa, tomou dez gols em cinco jogos, o que não é uma marca tão boa assim. Mas seu estilo de jogo conquistou críticos e jogadores.
A Hungria defendia uma invencibilidade de 31 jogos. Além disso, contava com a volta do craque Puskas, recuperado de contusão no tornozelo. Os húngaros começaram arrasando e, aos 9min, já venciam por 2 a 0 . Mas a Alemanha reagiu rápido e empatou antes do intervalo. Melhores fisicamente no 2º tempo, os alemães marcaram no contra-ataque, aos 39min, com Rahn.
Aos 25 anos, o húngaro Sandor Kocsis marcou 11 gols e foi o maior artilheiro da Copa da Suíça. Especialista no jogo aéreo, ganhou o apelido de "Cabeça de Ouro". Ao lado de Puskas, Bozsik, Hidegkuti e Czibor, formava a base da famosa seleção da Hungria dos anos 50. Nascido em Budapeste, atuou nos principais clubes da Hungria. Em 1956, após a invasão de Budapeste por tropas soviéticas, Kocsis deixou o país. Passou pelo futebol suíço antes de chegar ao Barcelona, onde permanceu até o fim da carreira, aos 37 anos. Pela seleção, Kocsis disputou 68 jogos e fez 75 gols. Teve uma morte trágica: cometeu suicídio jogando-se da janela de um quarto de hospital depois de ter uma perna amputada e descobrir um câncer.
Em partida da primeira fase, a Suíça teve a ajuda do árbitro brasileiro Mario Vianna para vencer a Itália. Além de tolerar o jogo desleal dos suíços, Vianna anulou um gol legítimo do italiano Lorenzi, marcando impedimento que não existiu. O árbitro foi cercado pelos jogadores italianos, com os quais discutiu e trocou empurrões. Desestabilizada, a Itália sofreu mais um gol no final. Enfurecidos, os atletas perseguiram o juiz brasileiro até os vestiários.
SELEÇÕES
1. Grosics (HUN)
3. Santamaria (URU)
4. D. Santos (BRA)
2. Fritz Walter (ALE)
5. Andrade (URU)
7. Bozsik (HUN)
6. Rahn (ALE)
8. Puskas (HUN)
9. Kidegkuti (HUN)
10. Czibor (HUN)
11. Kocsis (HUN)