Embora tenha perdido o título, o Brasil foi o grande time da Copa. As envolventes trocas de passes entre Zizinho, Ademir e Jair resultavam em goleadas, e o título parecia inevitável. Os jornais brasileiros davam a vitória como certa. Lembranças do "campeão" eram vendidas como água na porta do estádio. E mais de 200 mil pessoas entraram no Maracanã para ver o Brasil conquistar seu primeiro Mundial. Com a euforia e o clima de "já ganhou" instalados, o Brasil até começou melhor e saiu na frente aos 2min do segundo tempo, com gol de Friaça. Mas logo foi surpreendido pela garra uruguaia e, graças aos gols de Schiaffino e Ghiggia, sofreu a mais dolorosa derrota de sua história.
Então goleiro do Peñarol, Máspoli não atravessava um bom momento na carreira, mas mesmo assim foi escalado no lugar do titular Pereyra Nattero. Com grandes atuações e apenas cinco gols sofridos, ele não só fez os uruguaios esquecerem Nattero como foi eleito o melhor goleiro da Copa. Na final contra o Brasil, fez importantes defesas e garantiu o bicampeonato do Uruguai.
A Iugoslávia enfrentaria o Brasil pela primeira fase. Ao subir as escadas que dão acesso ao campo, o meia Rajko Mitic bateu a cabeça numa barra metálica e sofreu um corte profundo. Tentou ser atendido pelos médicos rapidamente, mas conseguiu entrar somente aos 10 minutos de jogo, com uma enorme bandagem na cabeça.
A poderosa Inglaterra foi surpreendida pelo futebol primário dos EUA. Na única investida ao ataque no primeiro tempo, os norte-americanos marcaram - gol de cabeça do haitiano Gaetjens (que jogava com um visto provisório). Depois do gol, a Inglaterra bombardeou a meta rival, mas a bola insistiu em não entrar.
Mesmo sem jamais ter perdido um jogo de Copa do Mundo até então, a seleção uruguaia chegou ao Brasil totalmente desacreditada. Imprensa e torcedores não acreditavam em uma boa campanha da "Celeste Olímpica", que já não exibia a mesma força do período anterior à Segunda Guerra Mundial. Nos últimos dez jogos antes da Copa, o Uruguai havia perdido sete, empatado um e vencido apenas dois. Por isso, o técnico Juan Lopez foi contratado para dirigir a equipe apenas um mês antes da estréia. Mas a sorte estava do lado dos uruguaios. Graças ao sorteio das chaves, o país chegou ao quadrangular final com apenas uma vitória - 8 a 0 sobre a Bolívia. Em seguida, o Uruguai empatou com a Espanha (2 a 2) e conseguiu duas suadas viradas sobre Suécia (3 a 2) e Brasil (2 a 1) para levar o título.
Abalada pela derrota histórica para os Estados Unidos, a Inglaterra deu adeus à sua primeira Copa na derrota de 1 a 0 para a Espanha no estádio do Maracanã. Mesmo desanimados, os inventores do futebol reclamaram de uma marcação polêmica do árbitro: um gol de Milburn indevidamente anulado, que decretaria o empate.
SELEÇÕES
1. Máspoli (URU)
3. Nilsson (SUE)
4. Stankovic (IUG)
2. Bauer (BRA)
5. Andrade (URU)
7. Varela (ARG)
6. Jair (BRA)
8. Zizinho (BRA)
9. Ademir (BRA)
10. Schiaffino (URU)
11. Ghiggia (URU)