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O ARTILHEIRO

Ademir Menezes

País: Brasil
Gols: 9

Jogos: 6
Idade: 27 anos

Combinando chutes precisos e arrancadas sensacionais com a bola, o pernambucano Ademir Marques de Menezes, conhecido como "Queixada", foi o maior artilheiro da Copa de 1950. Contando o primeiro do Brasil na vitória sobre a Espanha, em que a bola desviou no zagueiro Parra antes de entrar, ele marcou um total de nove gols - recorde de um brasileiro na mesma Copa que persiste até os dias de hoje. Ademir só não marcou no empate por 2 a 2 contra a Suíça, ainda na primeira fase, e na fatídica derrota para o Uruguai na decisão. Sem título, acabou perdendo destaque na galeria dos grandes heróis do futebol brasileiro. Recifense, "Queixada" começou sua carreira no Sport. Resolveu abandonar a faculdade de Medicina para jogar no Vasco, time que defendeu durante 14 anos. No Rio, formou-se em Odontologia, mas nunca exerceu a profissão. Marcou 32 vezes em 39 participações pela seleção brasileira.
EFE

O CRAQUE

Alcides Ghiggia

País: Uruguai
Idade: 23 anos

Jogos: 4
Gols: 4

Se o Brasil tivesse sido campeão, ficaríamos em dúvida para escolher entre Zizinho, Ademir e Jair como o craque da Copa. Mas a vitória uruguaia não deixou espaço para discussões: o grande jogador do torneio foi o atacante uruguaio Ghiggia. Ele foi o único jogador da "Celeste Olímpica" a marcar gols em todos os jogos - fechou a goleada de 8 a 0 sobre a Bolívia na estréia, abriu o placar no empate por 2 a 2 diante da Espanha e fez o primeiro uruguaio na vitória por 3 a 2 sobre a Suécia. O mais importante deles, porém, saiu aos 34min do segundo tempo da final contra o Brasil. Ghiggia tabelou com Perez e invadiu a área pela direita. Chutou rasteiro no canto esquerdo, sem chances para o goleiro Barbosa, e deu o bicampeonato ao Uruguai. Jogador do Peñarol, Alcides Edgardo Ghiggia se transferiu para a Roma depois da Copa. Naturalizou-se italiano e chegou a defender a seleção da Itália antes de voltar ao Uruguai e encerrar a carreira no Danubio.
Reprodução

A MÁQUINA

Seleção brasileira

Embora tenha perdido o título, o Brasil foi o grande time da Copa. As envolventes trocas de passes entre Zizinho, Ademir e Jair resultavam em goleadas, e o título parecia inevitável. Os jornais brasileiros davam a vitória como certa. Lembranças do "campeão" eram vendidas como água na porta do estádio. E mais de 200 mil pessoas entraram no Maracanã para ver o Brasil conquistar seu primeiro Mundial. Com a euforia e o clima de "já ganhou" instalados, o Brasil até começou melhor e saiu na frente aos 2min do segundo tempo, com gol de Friaça. Mas logo foi surpreendido pela garra uruguaia e, graças aos gols de Schiaffino e Ghiggia, sofreu a mais dolorosa derrota de sua história.

A MURALHA: Máspoli (URU)

Então goleiro do Peñarol, Máspoli não atravessava um bom momento na carreira, mas mesmo assim foi escalado no lugar do titular Pereyra Nattero. Com grandes atuações e apenas cinco gols sofridos, ele não só fez os uruguaios esquecerem Nattero como foi eleito o melhor goleiro da Copa. Na final contra o Brasil, fez importantes defesas e garantiu o bicampeonato do Uruguai.

O MICO: Cabeçada iugoslava

A Iugoslávia enfrentaria o Brasil pela primeira fase. Ao subir as escadas que dão acesso ao campo, o meia Rajko Mitic bateu a cabeça numa barra metálica e sofreu um corte profundo. Tentou ser atendido pelos médicos rapidamente, mas conseguiu entrar somente aos 10 minutos de jogo, com uma enorme bandagem na cabeça.

A ZEBRA: EUA 1 x 0 ING

A poderosa Inglaterra foi surpreendida pelo futebol primário dos EUA. Na única investida ao ataque no primeiro tempo, os norte-americanos marcaram - gol de cabeça do haitiano Gaetjens (que jogava com um visto provisório). Depois do gol, a Inglaterra bombardeou a meta rival, mas a bola insistiu em não entrar.

A SURPRESA

A volta da Celeste

Mesmo sem jamais ter perdido um jogo de Copa do Mundo até então, a seleção uruguaia chegou ao Brasil totalmente desacreditada. Imprensa e torcedores não acreditavam em uma boa campanha da "Celeste Olímpica", que já não exibia a mesma força do período anterior à Segunda Guerra Mundial. Nos últimos dez jogos antes da Copa, o Uruguai havia perdido sete, empatado um e vencido apenas dois. Por isso, o técnico Juan Lopez foi contratado para dirigir a equipe apenas um mês antes da estréia. Mas a sorte estava do lado dos uruguaios. Graças ao sorteio das chaves, o país chegou ao quadrangular final com apenas uma vitória - 8 a 0 sobre a Bolívia. Em seguida, o Uruguai empatou com a Espanha (2 a 2) e conseguiu duas suadas viradas sobre Suécia (3 a 2) e Brasil (2 a 1) para levar o título.

A GARFADA

ESP 1 x 0 ING

Abalada pela derrota histórica para os Estados Unidos, a Inglaterra deu adeus à sua primeira Copa na derrota de 1 a 0 para a Espanha no estádio do Maracanã. Mesmo desanimados, os inventores do futebol reclamaram de uma marcação polêmica do árbitro: um gol de Milburn indevidamente anulado, que decretaria o empate.


SELEÇÕES

Goleiro:

1. Máspoli (URU)

Defesa:

3. Nilsson (SUE)

4. Stankovic (IUG)

Meio-campo:

2. Bauer (BRA)

5. Andrade (URU)

7. Varela (ARG)

Ataque:

6. Jair (BRA)

8. Zizinho (BRA)

9. Ademir (BRA)

10. Schiaffino (URU)

11. Ghiggia (URU)