PANORAMA DO EVENTO

OS PREPARATIVOS

Tragédia nacional

Em 1938, durante o Mundial da França, a Fifa realizou um congresso para definir as candidaturas para sede da próxima Copa, marcada para 1942. Alemanha e Argentina, preteridas na última escolha, e Brasil, única seleção sul-americana a participar de todas as edições até então disputadas, queriam receber o evento.

Todas as negociações foram, no entanto, paralisadas durante a Segunda Guerra. O assunto só voltou a ser discutido em 1946, em Luxemburgo. Na ocasião, somente os brasileiros reafirmaram a vontade de promover o maior campeonato de seleções do planeta, que seria realizado em 1950. Por isso, ganharam esse direito.

No mesmo congresso, outras decisões importantes foram tomadas, como a designação da Suíça como sede da Fifa; a reintegração dos países britânicos, desligados desde 1928, ao quadro da entidade; além das expulsões de Alemanha e Japão, que integraram as forças do Eixo durante a guerra. A Itália só conseguiu se safar dessa punição por insistência do presidente da federação local, Ottorino Barassi.

Mais de 30 países se inscreveram para disputar as eliminatórias desse Mundial, mas muitos desistiram no meio do caminho (e depois também). No final, apenas 13 seleções toparam participar do torneio. Itália, última campeã, e Brasil, país-sede, estavam classificados automaticamente.

Uma das novidades foi a presença, pela primeira vez, da Inglaterra em uma Copa do Mundo. Os "inventores" do futebol, no entanto, apresentaram um jogo burocrático e sequer passaram da primeira fase, com destaque para a surpreendente derrota por 1 a 0 para a modesta seleção dos EUA. No elenco, porém, o "English Team" contava com o zagueiro Alf Ramsey, futuro treinador da seleção campeã em 1966.

Outra grande atração foi a construção do maior estádio de futebol do planeta. Com capacidade para 155 mil pessoas, o Maracanã recebeu o jogo de abertura da Copa, que também marcou a estréia do Brasil. O resultado foi 4 a 0 sobre o México.