O PAÍS DA COPA | CIDADES-SEDE | CULTURA | COPAS NO PAÍS |
A Alemanha tem um dos maiores mercados editoriais do mundo com, aproximadamente, 2.000 editoras e 4.500 livrarias. Além de mercado forte, a literatura alemã tem uma longa tradição.
Tradição que começa em 820, com histórias sobre a saga dos povos germânicos, passa pela Idade Média com "Tristão e Isolda", de Gottfried von Strassburg, e "Parsifal", de Wolfram von Eschenbach.
No final desse período histórico, durante o Renascimento, surge a prosa científica alemã. Entre 1600 e 1720, com a chegada do Barroco, o alemão se impõe como língua da literatura erudita.
Goethe, o maior de todos
No século 18, surge aquele que seria considerado o maior entre os escritores alemães: Goethe.
Autor de "Fausto", Johann Wolfgang von Goethe nasceu em Frankfurt, em 1749. Aos 25 anos, escreveu "Os Sofrimentos do Jovem Werther", romance que o fez famoso em toda a Europa não apenas pela qualidade: o personagem principal, o suicida Werther, inspirou outros suicídios pela Europa.
O livro foi proibido pela Igreja, não sem antes se tornar o primeiro best-seller da literatura alemã.
Anos antes, Goethe e outros jovens intelectuais formaram em volta do professor Johann Gottfried Herder o movimento Tempestade e Ímpeto, de oposição ao Iluminismo predominante na época. O movimento desencadearia o Romantismo alemão, pregando a liberdade do artista e a desobediência às normas limitadoras da criação.
A partir daí, a produção literária alemã, que não tinha identidade, passou não só a ser discutida como a influenciar a literatura de outros países, com obras como as de Goethe e "Os bandoleiros", de Friedrich Schiller.
Com o caminho aberto, no século 20 vieram outros autores importantes de língua alemã, como o tcheco Franz Kafka ("O processo"), e os alemães Bertolt Brecht ("Santa Joana dos Matadouros") e Thomas Mann ("Os Buddenbrooks"), primeiro escritor alemão a ganhar o prêmio Nobel de literatura, em 1929.
Depois da Segunda Guerra
A literatura também sofreu na mão dos nazistas. Assim que tomaram o poder em 1933, instauraram a censura e vigilância sobre qualquer atividade artística na Alemanha. Além de queimar em público todos os livros que, pela visão da ditadura, "desvirtuassem" a nação germânica.
A perseguição nazista levou alguns escritores ao suicídio ou ao exílio.
Após o fim do nazismo com a derrota na Segunda Guerra Mundial, o país foi separado em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental, a literatura retomou seu ritmo criativo. Mas, assim como o território, estava dividida.
Na Alemanha Oriental, predominou o realismo socialista. Na Ocidental, uma busca por um estilo direto e objetivo. Uma divisão que só terminou com o a reunificação do país nos anos 90.
Entre os escritores do pós-guerra, destacam-se os ganhadores do Nobel de literatura Heinrich Böll ("Onde Você Estava, Adão?") e Günter Grass ("O Tambor"). Além de Christa Wolf, Friedrich Dürrenmatt, Michael Ende e Heinz Konsalik.
SELEÇÕES