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O cinema alemão teve seu período áureo na década de 1920 com o expressionismo. Filmes densos e cheios de contrastes dramáticos de preto, branco e cinza causaram impacto e influenciaram até mesmo o cinema comercial americano.
Além da influência técnica e estética, muitos cineastas, atores e atrizes da Alemanha se mudaram para Hollywood quando os nazistas tomaram o poder em 1933.
Como aconteceu com outras áreas culturais, o cinema ousado e moderno foi classificado de "degenerado" por Hitler e seus seguidores.
Os exilados do cinema alemão conferiram um toque de sofisticação e ousadia aos filmes dos EUA.
O cinema expressionista se caracterizava pelas visões abstratas, dramáticas, tons sombrios e previsões apocalípticas. Distorcia a realidade para expressar os conflitos interiores dos personagens.
O marco do movimento é o filme "O Gabinete do Dr. Caligari" ("Das Kabinett des Doktor Caligari"), de 1919, dirigido por Robert Wiene.
Outros clássicos são:
- "Nosferatu" (1922) e "Fausto" (1926), de F. W. Murnau;
- "Metropolis" (1927) e "M, o Vampiro de Düsseldorf" (1931), de Fritz Lang (1927);
- "A Caixa de Pandora" (1929), de G. W. Pabst;
- "O Anjo Azul" (1930), de Jozef von Sternberg, que revelou a atriz Marlene Dietrich, mito sensual do cinema mundial.
Esses e outros filmes do período tentaram registrar as angústias e frustrações do país em plena crise econômica e social.
Os anos do nazismo
Sob o nazismo, surgiram os filmes de propaganda política e de entretenimento vazio. A indústria cinematográfica de qualidade desapareceu.
Mesmo assim, a cineasta Leni Riefenstahl realizou filmes tecnicamente notáveis, embora eles tenham servido à ideologia nazista: "O Triunfo da Vontade" (1935) e "Os Deuses dos Estádios" (1936).
Este último foi um documentário sobre as Olimpíadas de Berlim de 1936. A idéia era de que as imagens exaltassem uma suposta superioridade dos atletas germânicos.
"Novo cinema alemão"
Depois do nazismo e da Segunda Guerra, o cinema alemão se reergueu nos anos 60. Com o país dividido, os filmes começaram a esboçar críticas em relação ao socialismo real.
Em 1962, durante um festival em Oberhausen, 26 jovens cineastas lançaram as bases para o que seria denominado o "novo cinema alemão".
Embora ainda vivesse à sombra dos horrores nazistas, a nova fase buscava retratar o próprio meio de comunicação cinematográfico. Destacou para o mundo os nomes de Wim Wenders (de "Asas do Desejo"), Werner Herzog, Rainer Werner Fassbinder e Alexander Kluge.
No entanto, a obra de Fassbinder foi a que mais marcou o período com os excessos melodramáticos aliados à ironia, estilização dos personagens e discussões exacerbadas sobre relações de poder e violência.
Sucesso e Oscar no novo milênio
Após a morte de Fassbinder em 1982, registra-se o declínio do "novo cinema alemão".
A partir de então, dá-se início a um namoro entre o cinema e a TV, em busca de mais espectadores.
A queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, provocou um retorno inesperado do "cinema popular".
Na década de 90, o cinema adquiriu um novo perfil no país: uma união de arte e produto comercial.
Isso rendeu alguns sucessos internacionais, como "Corra, Lola, Corra" (1999), de Tom Tykwer, "Adeus, Lênin" (2003), de Wolfgang Becker.
Em 2005, as atenções foram para "A Queda! - As Últimas Horas de Hitler", de Oliver Herschbiegel, superprodução que custou 13,5 milhões de euros.
O Oscar de Melhor Filme Estrangeiro foi alcançado com "Lugar Nenhum na África", dirigido por Caroline Link em 2001, coroando essa nova fase cinematográfica alemã.
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