O que o Brasil pode aprender com os EUA sobre a experiência do torcedor?
Ler resumo da notícia
O Brasil respira futebol. É emoção, é identidade, é parte do que somos como povo. A arquibancada pulsa, as ruas se vestem de camisa, os debates invadem as mesas de bar. Mas quando olhamos para a forma como o futebol é entregue ao público, como produto, como espetáculo, não podemos ignorar: estamos atrás. Especialmente quando comparamos com países como os Estados Unidos, onde a relação entre esporte e entretenimento é tratada com um outro nível de profissionalismo.

Agora em junho, com o novo formato do Mundial de Clubes da Fifa ganhando os holofotes, essa diferença deve ficar ainda mais evidente. Para os clubes brasileiros e seus torcedores, o torneio será uma chance de observar de perto como outros mercados tratam o jogo como uma grande experiência. Nos EUA, por exemplo, o torcedor é colocado no centro da narrativa, como parte ativa de um espetáculo pensado nos mínimos detalhes, desde a compra do ingresso até a interação pós-jogo. Tudo é planejado para criar uma jornada inesquecível.
No Brasil, seguimos evoluindo na formação de talentos e no investimento dentro de campo, e isso é importante. Mas fora dele, ainda temos um caminho longo a percorrer. O engajamento com o torcedor precisa ser constante, relevante e emocional. O futebol não acontece só no estádio, ele vive no celular, nas redes, nos programas de fidelidade, nas campanhas que aproximam o torcedor do clube que ele ama.
Temos algo valioso que muitos países não têm: a paixão. Só que paixão, sozinha, não garante conexão duradoura. O que falta é transformar esse sentimento em algo vivo, com tecnologia, criatividade e dados. Construir experiências personalizadas, gamificadas, interativas. Criar um vínculo diário, e não apenas nos dias de jogo. Isso exige visão, investimento e vontade de mudar.
Se conseguirmos aplicar essa lógica com consistência e inteligência, podemos mudar o papel do torcedor no futebol brasileiro. Ele deixará de ser apenas espectador e passará a ser parte do espetáculo. E quando isso acontecer, não seremos só o país do futebol, seremos o país da melhor experiência de torcer. E essa transformação, eu acredito, já está atrasada e deve começar rápido.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.