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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Austrália não acrescenta nada à Copa. E Peru não fará falta!

Australiano Kyle Rowles disputa a bola com o peruano Gianluca Lapadula - KARIM JAAFAR/AFP
Australiano Kyle Rowles disputa a bola com o peruano Gianluca Lapadula Imagem: KARIM JAAFAR/AFP

Colunista do UOL

13/06/2022 17h57Atualizada em 13/06/2022 18h31

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Os horrorosos 120 minutos de Austrália 0 x 0 Peru escancararam que, com 32 times, vai ter muita seleção fraca no Mundial. Imagine com 48! Será um Desafio ao Galo tamanho mundo!

A Austrália vai à Copa do Mundo de Qatar. O Peru, não. Poderia ser o contrário? Tanto faz, como tanto fez. O ideal é que não fosse nenhum dos dois! Sou sul-americano, grato a Cachito Ramírez (o maior peruano da história do meu time, que não revelo de jeito nenhum qual é), curto ceviche, tenho como um dos meus sonhos conhecer Machu Picchu e torci para o Peru acompanhando a transmissão, mas, independentemente da simpatia ou antipatia de cada um, a verdade é que a Austrália não vai, tecnicamente, acrescentar absolutamente nada ao Mundial. E o mesmo aconteceria se o qualificado fosse o medonho Peru.

A verdade é que não há 32 seleções que tenham nível para disputar uma Copa e o problema só se agravará, a partir de 2026, com 48 seleções. Muito melhor do que aumentar o número de vagas, o ideal seria redistribui-las. Ainda mais bizarro seria mudar a periodicidade do Mundial de a cada quatro anos para cada dois ou três anos".

A Itália, que também não participou do Mundial da Rússia-2018, fará falta. A Noruega, por causa de Haaland, poderia ser uma atração, mas o fato é que nenhum time da Concacaf é uma atração técnica e chega com perspectiva de avançar até as quartas de final. E, hoje, A África não tem cinco representantes em condições de brigar pelas primeiras posições. Camarões, que caiu no grupo do Brasil, por exemplo, tem o seu pior time desde que encantou o mundo em 1990.

Não se trata, obviamente, de uma questão elitista e reduzir o Mundial apenas as seleções europeias e sul-americanas, únicos continentes que conquistaram o Mundial. É necessário, no global futebol, que todos os continentes tenham representantes. Digo isso, registre-se, apesar de a armagedônica Fifa tratar Israel como membro europeu, a Austrália como membro asiático...

Ora, joga-se futebol no Brasil inteiro (ainda bem!) e, nem por isso, a solução para melhorar o nível do Brasileirão é aumentar o certame para 48 times e incluir representantes de todos os estados.

Adoro a Paraíba e Sergipe, não tenho absolutamente nada contra Botafogo, Campinense, Treze, Confiança e Sergipe, mas, hoje, não dá para imaginar nenhum desses times na Série A nacional. Piauí, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Amazonas também não tem nenhum clube que esteja prono para participar da Série A. Particularmente, pela paixão, história e fanatismo da torcida paraense, torço para que a dupla Re-Pa volte aos bons tempos e, no campo, volte à primeira divisão. Mas não na marra e numa canetada que aumente o numero de participantes.

Voltando à Copa do Mundo, Austrália e Peru (que estiveram no Mundial da Rússia e não deixaram ninguém com saudade), dependendo da geração e da fase, poderiam voltar a fazer figuração em Copas com 32 participantes. Com absurdos e exagerados 48 participantes, vai ter tanta seleção horrorosa que a pior Austrália vai parecer um grande time. E o feito, na prática, é que o Mundial deixará de ser uma competição de grande nível técnico. Hoje, com 32, já é inferior à Liga dos Campeões da Europa...

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL