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OPINIÃO

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Palmeiras pode encarar o Chelsea de peito aberto e sem medo

Raphael Veiga, Dudu, Rony e Zé Rafael comemoram gol do Palmeiras na vitória contra o Al Ahly, no Mundial de Clubes - Fabio Menotti/Palmeiras
Raphael Veiga, Dudu, Rony e Zé Rafael comemoram gol do Palmeiras na vitória contra o Al Ahly, no Mundial de Clubes Imagem: Fabio Menotti/Palmeiras

12/02/2022 04h00

Com Augusto Zaupa

Enfim, chegou o tão esperado dia 12 de fevereiro de 2022 para a torcida do Palmeiras. Neste sábado, o clube paulista busca o título do Mundial de Clubes diante do Chelsea, às 13h30 (horário de Brasília), e vejo o time dirigido por Abel Ferreira com reais chances de voltar ao Brasil com o caneco na mala.

Nas últimas duas décadas, Corinthians, São Paulo e Internacional mostraram que é possível encarar de frente potências do futebol europeu. O Palmeiras está sim no páreo, com 50% de chances nesta decisão.

Talvez neste ano não haja tanta diferença entre os finalistas em relação à qualidade das equipes. É bom lembrar que, recentemente, o Flamengo realçou que é possível endurecer a partida diante destes bilionários ingleses, apesar de ter sido superado naquela final de 2019.

Obviamente, o que nos vem à cabeça é o abismo em relação à organização e ao investimento de patrocinadores, entre outros pontos, ao compararmos a Premier League e o Campeonato Brasileiro, que está anos luz atrás do torneio inglês. Além disso, o Chelsea é bancado pelo bilionário russo Roman Abramovich, tanto que o elenco alviverde custa somente 20,3% ao confrontarmos com o grupo dos Blues.

Jogadores do Chelsea comemoram gol de Lukaku contra o Al Hilal - REUTERS/Suhaib Salem - REUTERS/Suhaib Salem
Jogadores do Chelsea comemoram gol de Lukaku contra o Al Hilal
Imagem: REUTERS/Suhaib Salem

De acordo com o site Transfermarkt, o valor de mercado do atual campeão da Champions é de 883 milhões de euros (cerca de R$ 5,2 bilhões), enquanto o do clube brasileiro equivale 180 milhões de euros (aproximadamente R$ 1 bilhão). Mas quando o árbitro australiano Chris Beath der o apito inicial para a bola rolar no estádio Mohammed Bin Zayed tudo isso ficará no lado de fora do gramado.

Os duelos das semifinais não são parâmetros para apontamos um favorito. Apesar de o Palmeiras ter atuado melhor na vitória sobre o egípcio Al Ahly em comparação com o triunfo do Chelsea diante do Al Hilal, a partida deste sábado terá uma atmosfera complemente diferente porque o nervosismo pela obrigação de passar por estes clubes ficou no passado.

Agora, numa final, a responsabilidade é de ambos, independentemente de como os europeus e sul-americanos encaram o título do Mundial e como chegaram para disputar este torneio. Esqueçam tudo isso, pois a história hoje será outra.

E quando analisamos quem pode desequilibrar nesta final, os primeiros nomes do lado palmeirense que estão na ponta da língua são os de Dudu e Raphael Veiga (os que combinaram e se acertaram com assistências e gols mútuos), enquanto que no Chelsea os caras do time são Jorginho, Lukaku, Kai Havertz, entre outros. Mas num jogo equilibrado, que acredito que irá ser, um zagueiro pode decidir o título numa cobrança de boa para ao ser alçada na área.

Em jogos tensos, como este de hoje, os jogadores mais frios, que estão até menos descompromissados por não terem nos ombros a cobrança de decidir o resultado final, podem aprontar e isto não irá me surpreender caso ocorra.

Abel Ferreira e Marcos Rocha durante partida entre Palmeiras e Al Ahly-EGI, pelo Mundial de Clubes - Angel Martinez - FIFA/FIFA via Getty Images - Angel Martinez - FIFA/FIFA via Getty Images
Abel Ferreira e Marcos Rocha durante partida entre Palmeiras e Al Ahly
Imagem: Angel Martinez - FIFA/FIFA via Getty Images

E o Abel fica?

Apesar de ter recebido aumento salarial após a conquista do bi da Copa Libertadores e ainda ter contratado até o fim de 2022, a conquista do título mundial pode acelerar o possível adeus de Abel Ferreira ao Palmeiras. Ao contrário dos treinadores brasileiros, que encontram barreiras no mercado europeu, o Abel tem experiência no Velho Continente, é estudioso do futebol e se dedicou para dominar a língua inglesa, fatores que abrem as portas ao português, merecidamente.

O curto período na Academia de Futebol não o impediu de dominar o futebol brasileiro e da América do Sul, outro fator que pode abrir os olhos de dirigentes de clubes europeus, visto que o Abel Ferreira agora sabe muito bem como procedem os atletas oriundos do nosso continente.

O Abel está atualmente no Palmeiras por opção própria, está muito bem adaptado e cercado por pessoas que respeitam e admiram o seu trabalho. Mas a qualquer momento ele pode muito bem arrumar a sua mala e embarcar para outra equipe. Só não aceitou ofertas recentes para deixar o Palmeiras porque acredita e defende com veemência os seus objetivos, muito pela ótima estrutura que encontrou no Alviverde - algo que o clube investiu, em muito, para alcançar nesta última década.

Torço para que o Palmeiras conquiste o mundo neste sábado.