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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Corinthians joga decisão lá na terça: por que a Bombonera se chama assim?

Bombonera lotada, um "cartão postal" da cidade de Buenos Aires - Divulgação Conmebol
Bombonera lotada, um "cartão postal" da cidade de Buenos Aires Imagem: Divulgação Conmebol

Colunista do UOL

03/07/2022 04h00

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O Corinthians vai tentar superar o Boca Juniors na próxima terça-feira (5) em um dos estádios mais famosos e originais de todo o mundo.

Construído em 1940, o estádio batizado oficialmente desde 2000 como Alberto Jacinto Armando é pouco conhecido pelo seu nome —sendo popular em todo o mundo como a "Bombonera", que em espanhol significa caixa de bombons.

O que poucos no Brasil conhecem é a origem do apelido deste verdadeiro templo do futebol.

O estádio em sua origem deveria ser bem menor do que de fato é —a sua capacidade desde então é de 54.000 torcedores.

O projeto original contemplava receber cerca de 35.000 pessoas, mas o clube decidiu ampliar a capacidade por conta própria e precisou construir verdadeiras torres verticais para comportar as arquibancadas que foram erguidas no final da década de 1930.

O apelido "Bombonera" surgiu com o arquiteto esloveno Viktor Sulcic, responsável pelo estádio. Ele desenhava o projeto quando ganhou de aniversário uma caixa de bombons, logo percebendo que ela possuía o exato formato do estádio que estava planejando.

Nas reuniões, levava a caixa de bombons sempre consigo, e o apelido pegou antes mesmo de o estádio ser finalizado. Tanto que quando houve a inauguração formal, em 25 de maio de 1940, os diretores do Boca já se referiam ao estádio desta maneira, "Bombonera".

É claro que a origem comporta outras versões que são insufladas principalmente pelos rivais.

Um dos mitos compara as arquibancadas verticais com os "carritos bomboneras" que juntavam esterco nas ruas para uma fábrica de tijolos no bairro de La Boca na década de 1930. Vem daí o famoso apelido pejorativo "bostero" para provocar o torcedor do clube.

Também nos anos 1940, atribuíram que o apelido "Bombonera" vinha de dois comunicadores da época: o jornalista Hugo Marini e o narrador Joaquín Carballo Serantes.

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Projeto Esloveno quer ampliar capacidade de La Bombonera
Imagem: Proyecto Esloveno/Reprodução

Difícil ampliação

Uma história sempre questionada em Buenos Aires é a eterna ampliação da Bombonera.

O Boca, afinal, é o clube mais popular do país, e lotaria sempre um estádio com o triplo da sua capacidade, deixando de perder dinheiro e incomodando os vizinhos do bairro de La Boca. As ruas acanhadas deixaram de comportar o estádio com comodidade há décadas.

Uma das possibilidades surgidas em 2019 vinha do "Projeto Esloveno" (pela nacionalidade do arquiteto do estádio original), aumentando a capacidade para 75 mil lugares.

A principal novidade seria a demolição do setor que hoje concentra os camarotes VIP para a conclusão dos três anéis de arquibancadas.

As obras levariam 15 meses, ao custo de US$ 70 milhões (R$ 373 milhões). O local ficaria fechado para partidas apenas durante três meses.

A principal questão estrutural para a ampliação é a rua Dr. Del Valle Iberlucea, que passa ao lado do estádio, justamente atrás do "paredão" de camarotes.

Segundo os planos, os novos anéis encobririam a rua, que seguiria como um túnel por baixo do estádio; as casas nos terrenos ao lado ainda seriam compradas e derrubadas para dar lugar à sustentação da ampliação, sem perda de vias.

O presidente do Boca, Jorge Ameal, recentemente fez críticas públicas ao projeto, que ainda não tem data para sair do papel.

A libertação corintiana

Dez anos depois do primeiro título do Corinthians na Copa Libertadores, o UOL lança "A libertação corintiana", um documentário que reúne as histórias nunca contadas daquela partida. Produzido por MOV, a produtora audiovisual do UOL, o filme está disponível para assinantes do UOL Play.