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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Boca na boa e Corinthians cansado? O que diz o calendário de ambos até aqui

Adson e Fagner ,do Corinthians, tentam marcar jogador do Boca Juniors durante jogo da Libertadores - NELSON ALMEIDA / AFP
Adson e Fagner ,do Corinthians, tentam marcar jogador do Boca Juniors durante jogo da Libertadores Imagem: NELSON ALMEIDA / AFP

Colunista do UOL

28/06/2022 04h00

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Corinthians e Boca Juniors abrem hoje (28), às 21h30 (de Brasília), o tão aguardado confronto de gigantes pelas oitavas de final da Libertadores da América. E sempre que há um embate entre brasileiros e argentinos, surge a questão: os vizinhos contam com calendário mais favorável que o brasileiro, tão caótico?

Tal pergunta é repetida com ainda mais força desde que a Libertadores passou a ser disputada ao longo do ano todo. Tal mudança ocorreu em 2017, e ao menos no histórico os brasileiros não sofreram mais que os argentinos. Tanto é assim que os times do país conquistaram todos os títulos (com Grêmio, Flamengo e dois do Palmeiras). Exceto um: o do River Plate contra o Boca em 2018.

boca - GettyImages - GettyImages
Corinthians tem problemas para a escalação contra o Boca Jrs na Libertadores da América
Imagem: GettyImages

Qual é a diferença?

Somando os jogos oficiais de Boca e Corinthians na temporada 2022, encontramos números realmente diferentes. O Alvinegro entrou em campo 37 vezes (55,5% do total de ambos somados) até aqui, contra 30 dos xeneizes de Buenos Aires. A diferença de sete jogos ainda em junho é reveladora.

Do encerramento da fase de grupos da Libertadores para cá também há disparidade, embora ela seja menor.

O Corinthians atuou oito vezes desde a classificação para o mata-mata; o Boca fez seis partidas no período. Há diferenças a considerar também em dois pontos.

O primeiro é a intensidade e o período de descanso dos titulares do Boca. Os jogadores principais do técnico Sebástian Battaglia foram a campo pela última vez juntos no último dia 19, na vitória por 3 a 1 fora de casa contra o Barracas Central. Depois disso, os reservas perderam para o Unión na Bombonera na última sexta-feira.

No segundo tempo, Battaglia colocou cinco titulares em campo (Izquierdoz, Romero, Benedetto, Villa e Zeballos). O Boca que então empatava por 1 a 1 acabou levando o gol que selou sua derrota.

O Corinthians já vem em sequência recente mais intensa, mas nada também que indique sufocos.

Desde esta última atuação dos titulares do Boca, houve dois clássicos contra o Santos —o segundo deles, pelo Brasileiro, com um time praticamente reserva, é verdade, mas a semana cheia entre a goleada por 4 a 0 pela Copa do Brasil, na última quarta, e este confronto da Libertadores está longe de ser uma sequência cansativa para os jogadores.

Estar na última semana de junho também dá um bom parâmetro para analisar a quantidade de partidas de cada clube no mês.

Enquanto o Corinthians jogou sete vezes até aqui, o Boca realizou seis partidas em junho.

Por fim, é necessário considerar o deslocamento mais longo dos times brasileiros em viagens nacionais, pela maior extensão territorial. E enquanto o Brasileirão está em sua 14ª rodada, o Campeonato Argentino vem apenas na quinta delas.

O primeiro jogo do Boca na competição nacional foi em 5 de junho, exatas duas semanas depois de o clube xeneize ser campeão da Copa da Liga Profissional, competição colocada em campo pela AFA para servir como Campeonato Argentino no primeiro semestre.