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Tales Torraga

REPORTAGEM

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'Nó', sufoco e cansaço: como foi o último jogo do Boca antes do Corinthians

Darío Benedetto, atacante do Boca, em clássico contra Racing - Divulgação CABJ
Darío Benedetto, atacante do Boca, em clássico contra Racing Imagem: Divulgação CABJ

Colunista do UOL

15/05/2022 04h00

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O Boca Juniors está na final do Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional). Fez ontem (14) uma semifinal fraca e foi dominado pelo Racing, mas segurou o 0 a 0 e contou com as cobranças de pênaltis para avançar à decisão da competição. O adversário sai hoje do confronto entre Tigre e Argentinos Juniors.

O time comandado por Sebastián Battaglia agora soma cinco jogos sem perder (quatro pelo Argentino e um pela Libertadores). E o que é melhor: sem sofrer gols (e ainda marcou sete).

A coluna acompanhou com atenção o clássico contra o Racing, no Estádio do Lanús, e situa o que mudou no Boca desde a derrota por 2 a 0 para o Corinthians na Neo Química Arena. Os dois gigantes sul-americanos voltam a se enfrentar na próxima terça (17), às 21h30 (de Brasília), desta vez no bairro de La Boca.

Goleiro

O reserva Javier García devolveu o posto a Agustín Rossi, que foi sóbrio e contou com uma boa dose de sorte e ineficiência do ataque do Racing, que chutou quatro vezes em seu gol (contra nenhum chute a gol do Boca!). Rossi está seguro e demonstra o nível que faz a torcida até indicá-lo para a seleção argentina na Copa do Mundo do Qatar na reserva de Dibu Martínez. Nos pênaltis, sua especialidade, levou o time à classificação.

Defesa

Jogando em Itaquera no total improviso, o Boca agora consegue escalar o que tem de melhor na função. O capitão Cali Izquierdoz voltou de lesão (ontem, porém, começou no banco). Rojo e Zambrano formaram a dupla de zaga e seguraram as pontas — especialmente no segundo tempo.

Rojo estará suspenso contra o Corinthians (ainda pela briga do Mineirão). Sem nenhuma surpresa até lá, os dois titulares serão Izquierdoz e Zambrano, muito mais entrosados que o duo Zambrano-Aranda, que tanto sofreu em São Paulo.

Os experientes laterais Advíncula e Fabra ontem foram muito discretos — estavam focados em cortar o ataque do Racing e ainda assim sofreram bastante. Levaram um sufoco nos 90 minutos.

ross - Divulgação CABJ - Divulgação CABJ
Agustín Rossi, goleiro do Boca Juniors, comemora defesa
Imagem: Divulgação CABJ

Meio-campo

É onde Battaglia mais mexeu. Pol Fernández, volante contra o Corinthians, agora atua como armador ao lado do paraguaio Óscar Romero. O volante de contenção é Varela, um prata da casa com muito fôlego e boa saída de bola. Ele não atuou contra o Corinthians.

Foi de Varela, aliás, o gol de pênalti que selou a classificação xeneize.

O trio atual não se destaca pela marcação, e ontem jogou mal no primeiro tempo. O meia Juan Ramírez tampouco se destacou. Salvio começou no banco e só entrou no fim do jogo, no lugar do apático Romero, e pouco mudou o cenário da partida.

Nas rádios e TVs da Argentina, a opinião foi uma só: o técnico Battaglia levou um "nó tático" de Fernando Gago, do Racing — mas que não conseguiu converter as oito chances de gol que teve. O alerta portenho girou também em torno do cansaço do Boca, que agora se perfila para jogar mais três partidas em 11 dias ao todo.

Ataque

Ao contrário de Itaquera, o Boca atuou com dois homens de frente: Benedetto e Villa (que está suspenso ante o Corinthians). Seu lugar deve ser ocupado pela revelação "Changuito" Zeballos, igualmente rápido e atrevido.

Ontem, os dois estiveram desconectados do restante da equipe. Salvio, que entrou no lugar de Romero, ainda errou um pênalti na série de cobranças. Vale lembrar que na Neo Química Arena o único homem de frente foi Luis Vázquez, pois Benedetto estava machucado (entrou só no segundo tempo). E Salvio contra o Corinthians atuou como quarto homem no meio de campo.

Ontem, na Fortaleza de Lanús, o Boca atuou em um 4-4-2 dos mais clássicos (alterado para um 4-3-3 com a entrada de Salvio no segundo tempo). Na Neo Química Arena, em um 4-1-4-1.