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O Corinthians deve torcer por vitória ou derrota do Boca hoje na Argentina?
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Próximo adversário do Corinthians na Libertadores da América, o Boca Juniors vive um sábado (14) de enorme tensão. O gigante portenho vai enfrentar o Racing às 17h (de Brasília), no estádio do Lanús, em semifinal que dá vaga na decisão do Campeonato Argentino (versão Copa da Liga Profissional).
O clássico será o típico jogo "sem amanhã". O vencedor avança à final, e se houver empate, haverá cobrança de pênaltis.
Um dos grandes focos de drama neste sábado será a presença das duas torcidas divididas nas arquibancadas. Os 33.000 ingressos foram repartidos entre os fanáticos de Boca e Racing, o que gera desde já uma grande apreensão com os possíveis tumultos.
A presença da torcida visitante está proibida em Buenos Aires desde 2013, e a iniciativa da AFA hoje, neste jogo único em estádio neutro, abre espaço para a eventual volta das tribunas divididas.
E o Corinthians?
O Boca x Racing será transmitido ao vivo para o Brasil pela ESPN 3, com narração de Luiz Carlos Largo e comentários de Renato Rodrigues. Para a torcida do Corinthians, a partida gera atenção por três motivos.
O primeiro será observar o funcionamento do "novo Boca" que o técnico Sebastián Battaglia tem levado a campo desde a derrota para o Corinthians por 2 a 0 na Neo Química Arena.
E o adversário que o Boca terá pela frente neste sábado é dos melhores.
O Racing fechou a fase de grupos com a melhor campanha de todas as 28 equipes — e no jogo único das quartas de final varreu o Aldosivi por 5 a 0 com um verdadeiro baile.
A segunda questão que merece ser analisada é o desgaste. O futebol argentino talvez seja o mais ríspido de toda a América do Sul, e há sempre a possibilidade de lesões em uma partida decisiva disputada em eliminatória simples.
Há três jogadores do Boca com incômodos físicos: o lateral-direito Advincula, o meia Ramírez e o atacante Benedetto. Embora garantidos hoje contra o Racing, a presença do trio contra o Corinthians ainda é uma questão a ser respondida.
Contra o Corinthians, duas baixas certas no time de hoje: o zagueiro Rojo e o atacante Villa, ainda suspensos pela briga contra o Atlético-MG no ano passado, no Mineirão. E a concentração do Boca ainda foi abalada ontem em Buenos Aires com mais uma notícia relacionada ao comportamento de Villa, denunciado por abuso sexual e tentativa de homicídio.
Vence, perde ou empata?
Por fim, a questão: e para o Corinthians? Seria melhorar encarar o Boca com uma final a disputar na Argentina? Ou eliminado e buscando recuperação justamente diante do Alvinegro na Libertadores?
Sempre ligada nas TVs e rádios da Argentina, e em contato com técnicos e preparadores físicos que país, a coluna responde: faz mais sentido imaginar que o Corinthians vai tirar proveito da classificação do Boca para a decisão que será disputada a princípio no sábado da semana que vem.
"Não precisa ser nenhum gênio para saber que jogar menos e melhor traz mais eficiência às equipes", disse à coluna o técnico Nestor "Pipo" Gorosito, do Gimnasia y Esgrima de La Plata, um dos mais sinceros da Argentina.
"O calendário deste ano está um terror. Brasileiros, argentinos, chilenos...Estão todos fuzilados. Vai levar vantagem quem jogar menos e tiver a cabeça mais livre."
O tempo de descanso do Boca até a decisão do Argentino no sábado seria adequado para a devida recuperação física, mas a pendência decisiva no horizonte pode fazer o Boca jogar diante do Corinthians "sem o dedo no gatilho", como repetem os portenhos numa gíria equivalente à "faca entre os dentes".
Afinal, ao Boca na Libertadores ainda restaria uma tentativa de classificação, ante o Deportivo Cali, na quinta-feira da semana seguinte. E a expectativa de estar a apenas uma partida de mais um título na Argentina poderia fazer o gigante xeneize sutilmente dosar suas forças contra o Corinthians e não fazer um jogo com 100% das suas capacidades, especialmente físicas.
Questão emocional
"Você consegue se soltar quando está perto de um prazo importante no seu trabalho?", questiona Gorosito. "O futebol hoje é cheio de detalhes. O aspecto emocional dos jogadores vem sendo mais importante que nunca."
Se de desejos se trata, o corintiano pode dormir feliz na noite de hoje se o Boca empatar no tempo normal, depois de 90 minutos bem ríspidos e desgastantes, e se classificar nos pênaltis, acumulando cansaço prévio para o jogo de terça (que ainda seria disputado com uma preocupação posterior, a decisão do Argentino).
O Boca tem um goleiro que é um enorme especialista em pegar pênaltis, Agustín Rossi. Que ninguém descarte que a estratégia de Battaglia hoje seja travar o bom ataque do Racing justamente para aproveitar esta qualidade de seu arqueiro.
A segunda semifinal do Argentino (versão Copa da Liga Profissional) será às 16h de domingo (15), no Palácio Ducó, estádio do Huracán, entre Tigre e Argentinos Juniors. A ESPN 4 mostra ao vivo para o Brasil. Luiz Carlos Largo narra mais uma vez, com comentários de Lucho Silveira.
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