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Tales Torraga

REPORTAGEM

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'O árbitro foi comprado pelo Boca', acusa técnico do Always Ready

Eduardo Villegas, técnico do Always Ready - Reprodução Olé
Eduardo Villegas, técnico do Always Ready Imagem: Reprodução Olé

Colunista do UOL

06/05/2022 08h12

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Técnico do Always Ready, o boliviano Eduardo Villegas fez graves acusações públicas ao Boca Juniors e ao árbitro peruano Kevin Ortega, que assinalou um pênalti inexistente no atacante xeneize Eduardo Salvio. Por conta do contestado lance, o time boliviano perdeu anteontem (4) para o Boca Juniors por 1 a 0 no Estádio Hernando Siles, em La Paz.

"Sentimos que nos roubaram", disse Villegas à Rádio Del Plata, da Argentina. "Não gosto de me justificar nem de colocar desculpas, mas o árbitro foi espantoso, horroroso. E ainda por cima depois nos mostram imagens dos presentes do Boca. É uma vergonha", seguiu Eduardo, que tem 58 anos e é técnico desde 2005. Ele foi treinador inclusive da seleção da Bolívia.

Sem apresentar provas, o boliviano seguiu: "Por uma camisa, você não pode ser tão parcial. Ou serão outras coisas? Como se comenta aqui na Bolívia...Eu acho que o árbitro foi comprado pelo Boca, não se pode atuar tão mal. Não se pode cobrar isso. Jogamos mal, mas a diferencia esteve no pênalti, foi esse detalhe."

"Nosso goleiro vai até a bola, e quando Salvio adianta a bola, o goleiro chega antes. Salvio atua. Foi um engano do árbitro. Salvio fez bem e o árbitro engoliu."

"Em um momento, Boca corria mais que a gente. Controlaram melhor a bola, ocuparam bem os espaços. Nós corremos atrás dos jogadores do Boca. Não jogamos nada", finalizou, desatando um bate-boca que divide as discussões sobre futebol nesta sexta-feira em Buenos Aires.

Há também muita queixa sobre a arbitragem do 1 a 1 entre Fortaleza e River Plate, com o árbitro uruguaio Andrés Matonte ignorando um pênalti de David Martínez sobre Renato Kayzer.

boca - Reprodução/Internet - Reprodução/Internet
Polícia encontra "presentes" do Boca Juniors no vestiário da arbitragem
Imagem: Reprodução/Internet

Presentes

Não foi apenas o pênalti marcado a favor do Boca Juniors que chamou a atenção no duelo contra o Always Ready, pela quarta rodada do Grupo E da Libertadores da América. Uma polêmica entrega de presentes por parte do clube argentino à arbitragem ganhou destaque após a partida. O fato está sendo investigado pela polícia boliviana, como informou ontem o UOL Esporte.

De acordo com um conselheiro do Boca, trata-se apenas um gesto de cortesia e delicadeza: "Em cada jogo temos a cortesia e a delicadeza de dar um presente para o corpo de arbitragem. Em todos os jogos em que estamos, há testemunhas. Com grandeza ou dignidade, nunca fomos pedir a camisa porque eles estavam errados e não vamos pedir agora. A situação me faz rir", disse à imprensa o ex-zagueiro "Patrón" Bermúdez.

Segundo o jornal argentino "Olé", a polícia boliviana apreendeu sacolas personalizadas com diversas camisas do Boca, entregues no vestiário do árbitro peruano Kevin Ortega e seus assistentes. O presidente do Always Ready, em entrevista à "Rádio Mitre", questionou o fato e pediu intervenção da Conmebol sobre o ocorrido.

A vitória xeneize, graças ao já citado pênalti polêmico - que culminou no gol de Eduardo Salvio, na magra vitória por 1 a 0 -, deixou o Boca Juniors vivo no grupo do Corinthians. Agora, o clube argentino está com 6 pontos, somente um atrás dos paulistas e com um a mais que o Deportivo Cali. O Always Ready, derrotado na noite da última quarta-feira (4), é o lanterna com 4.