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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Seleção argentina já oferece renovação de contrato a técnico Scaloni

Lionel Scaloni, técnico da seleção argentina - REUTERS/Luisa Gonzalez
Lionel Scaloni, técnico da seleção argentina Imagem: REUTERS/Luisa Gonzalez

Colunista do UOL

30/03/2022 04h47

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A fase da Argentina é tão boa que sua seleção vai chegar à Copa do Mundo do Qatar com cenário praticamente inédito, de tão positivo. E uma das atitudes que mais demonstram a satisfação com o trabalho de Lionel Scaloni foi comunicada ao treinador nesta semana, segundo apurou a coluna.

A AFA (Associação de Futebol Argentino) informou a ele que pretende renovar seu contrato antes mesmo do Mundial que será disputado em novembro. Seja qual for o resultado obtido na Copa do Mundo, seu trabalho já foi aprovado e merece continuidade, segundo avaliação feita pelo presidente da entidade, Claudio "Chiqui" Tapia.

Respaldo de peso

O contrato de Scaloni e seus ajudantes termina justamente depois do Mundial — e a ideia da AFA é transmitir segurança e demonstrar que o ciclo merece continuar. O treinador e o presidente da entidade estão a caminho do Qatar para o sorteio da Copa do Mundo, e uma das conversas em pauta é justamente a extensão do compromisso.

A coluna apurou que Scaloni recebeu a proposta com ceticismo, e que ele considera que um tropeço retumbante no Mundial o faria sair da equipe com ou sem contrato renovado. Sua relação com o presidente da AFA é muito próxima, mas ele preferiu não antecipar nenhuma resposta. O treinador avalia que pode receber também alguma proposta melhor (até mesmo de clubes), pois seu trabalho é bem avaliado em todo o mundo.

Resta ver agora como a negociação vai impactar o ânimo argentino a caminho da Copa do Mundo. Vale lembrar que o Brasil caminha no sentido contrário: a saída de Tite pós-Qatar já foi informada.

Scaloni era ajudante de Jorge Sampaoli e assumiu o posto de treinador principal depois da eliminação nas oitavas de final do Mundial de 2018, quando a Argentina caiu ante a França e Sampaoli foi demitido.

Seu primeiro compromisso foi redigido com as condições de trabalho interino e com a duração até dezembro de 2019, quando recebeu a atual extensão que ainda é vantajosa para os cofres da AFA.

Embora seu salário seja sigiloso, há consenso na Argentina de que as cifras não são as de um técnico de elite. Uma versão que circula na imprensa portenha (e negada pela AFA) é que toda a comissão técnica, formada por cerca de 20 pessoas, receba US$ 500 mil (R$ 2,37 milhões) por mês.

sca - Reprodução TyC Sports - Reprodução TyC Sports
"La Scaloneta", apelido da atual seleção argentina
Imagem: Reprodução TyC Sports

'La Scaloneta'

Lionel estreou na seleção em 7 de de setembro de 2018, um 3 a 0 sobre a Guatemala em amistoso em Los Angeles. Scaloni tem 43 anos e soma agora 45 jogos no comando da seleção, com 28 vitórias, 13 empates e apenas 4 derrotas — a última delas, para o Brasil na semifinal da Copa América de 2019.

O torneio continental foi conquistado justamente contra o Brasil no ano passado no Maracanã, representando o primeiro título da azul e branca em 28 anos. A euforia argentina com seu trabalho gerou até um criativo apelido para esta seleção. Ela é "La Scaloneta", um transporte coletivo (ônibus ou van) no qual todos viajam felizes.

Com o empate de 1 a 1 ontem (29) com o Equador em Guayaquil, a Argentina chegou a 31 partidas sem perder, igualando a maior série invicta da sua história, alcançada em 1993 pelo técnico Alfio "Coco" Basile.

A invencibilidade argentina

São 31 jogos, com 20 vitórias e 11 empates (76,3% de aproveitamento de pontos).

A lista:

Copa América-2019 (1 jogo. 1 vitória): 2 a 1 Chile

Amistosos (6 jogos. 3 vitórias, 3 empates): 0 a 0 Chile, 4 a 0 México, 2 a 2 Alemanha, 6 a 1 Equador, 1 a 0 Brasil, 2 a 2 Uruguai.

Copa América-2021 (7 jogos. 5 vitórias, 2 empates): 1 a 1 Chile, 1 a 0 Uruguai, 1 a 0 Paraguai, 4 a 1 Bolívia, 3 a 0 Equador, 1 a 1 Colômbia (3 a 2 nos pênaltis), 1 a 0 Brasil.

Eliminatórias-2022 (16 jogos. 11 vitórias, 6 empates): 1 a 0 Equador, 2 a 1 Bolívia, 1 a 1 Paraguai, 2 a 0 Peru, 1 a 1 Chile, 2 a 2 Colômbia, 3 a 1 Venezuela, 3 a 0 Bolívia, 0 a 0 Paraguai, 3 a 0 Uruguai, 1 a 0 Peru, 1 a 0 Uruguai, 0 a 0 Brasil, 2 a 1 Chile, 1 a 0 Colômbia, 3 a 0 Venezuela e 1 a 1 Equador.