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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Sem Messi e Scaloni, Argentina visita Chile com invencibilidade em risco

Lautaro Martinez (camisa 22) e Paulo Dybala, titulares da Argentina contra o Chile - Jam Media/Getty Images
Lautaro Martinez (camisa 22) e Paulo Dybala, titulares da Argentina contra o Chile Imagem: Jam Media/Getty Images

Colunista do UOL

27/01/2022 04h00

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O jogo de maior rivalidade das Eliminatórias Sul-Americanas hoje (27) será no meio do deserto do Atacama em estádio para 12.000 pessoas. Mantendo uma rixa histórica e pesada, Chile e Argentina vão se enfrentar às 21h15 (de Brasília) no Estádio Zorros del Desierto, em Calama, a 1.500 quilômetros da capital, Santiago. A Argentina está invicta há 27 partidas e corre o risco de perder esta série justamente para a rival com a qual mantém um histórico de animosidade que se agravou depois dos títulos chilenos nas edições de 2015 e 2016 da Copa América.

Desfalques importantes

A Argentina não convocou Messi para facilitar sua recuperação do covid-19. O vírus voltou a prejudicar a azul e branca nesta semana com o contágio do técnico Lionel Scaloni, que também estará fora do compromisso da noite, assim como seu ajudante Pablo Aimar. Os comandantes argentinos na beira do campo serão os ex-zagueiros Roberto "Ratón" Ayala e Walter "El Muro" Samuel, dois exemplos de seriedade e enorme liderança perante os atletas.

Havia dúvida sobre quem entraria no lugar de Messi, mas Scaloni em entrevista coletiva ontem (26) sinalizou que vai jogar Paulo Dybala, e não Nico González, deixando para trás (Nico no lugar de Messi) a ideia levada adiante contra o Uruguai em Montevidéu, quando o astro do PSG voltava de contusão.

Outra baixa de peso é na defesa: Cuti Romero, com lesão muscular, cede lugar a Lisandro Martínez, do Ajax.

A escalação mais provável da Argentina para o confronto ante o Chile é a seguinte: Dibu Martínez; Nahuel Molina, Nicolás Otamendi, Lisandro Martínez e Marcos Acuña; Rodrigo De Paul, Leandro Paredes, Giovani Lo Celso; Paulo Dybala, Lautaro Martínez e Ángel Di María, que será o capitão.

A Argentina está há 27 jogos sem perder. A azul e branca já está classificada para a Copa do Mundo que será realizada no Qatar e ocupa a segunda colocação na tabela das Eliminatórias, com 29 pontos, contra 35 do Brasil, que lidera.

Não há seleção de ponta hoje no mundo com tamanha invencibilidade. A última derrota já vai completar dois anos e seis meses — para o Brasil na semifinal da Copa América de 2019. Desde então, a azul e branca ganhou 17 e empatou 10 vezes, marcando 49 gols e sofrendo só 15. Os tempos de desconfiança com Jorge Sampaoli e seu papelão na Copa do Mundo de 2018 ficaram definitivamente para trás.

'Scaloneta' em desafio inédito

Esta será a primeira vez que a Argentina começa um ano de Copa do Mundo sem Messi. Em 2006, 2010 e 2014, ele integrou os amistosos e atuou com normalidade no princípio das temporadas. Em 2018, sob o comando de Jorge Sampaoli, foi convocado para os amistosos contra Itália e Espanha, mas estava lesionado e ficou apenas no banco de reservas (na histórica derrota para a Espanha por 6 a 1, nem isso).

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"La Scaloneta", apelido da atual seleção argentina
Imagem: Reprodução TyC Sports

E esta será também a primeira ausência de Scaloni desde que assumiu o comando da seleção, ficando em 2018 no lugar de Jorge Sampaoli, de quem era ajudante.

Os improvisos que marcam a noite serão vistos também na escolha da sede tem uma dupla função para o Chile. Em má situação na tabela, ocupando a sexta colocação e hoje ficando fora até da Repescagem, os chilenos entendem que jogando no deserto de Calama conseguem criar uma dificuldade maior para a Argentina, tradicionalmente menos poderosa na altitude. O Zorros del Desierto fica a 2.300 metros acima do nível do mar, altura semelhante à de Quito, no Equador.

O deserto de Calama serve também como parada para o próximo compromisso chileno — vai encarar a Bolívia nos 3.600 metros de altitude do Hernando Siles, na Bolívia, na próxima terça-feira (1º) com uma aclimatação mais adequada.

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Estádio Zorros del Desierto, em Calama (Chile)
Imagem: Divulgação ANFP

Com capacidade para 12.000 pessoas, apenas pouco mais de 8.000 torcedores estarão por lá devido aos protocolos contra o covid-19. Construído em 1952 com o nome de Estádio Municipal de Calama, o "Zorros del Desierto" foi reaberto em 2015 com este nome e costuma receber as partidas do Cobreloa. Não há setores populares, só assentos brancos e laranja mais parecidos com os de cinema. Há espaço entre as plateias e ao fundo do estádio é possível observar as montanhas, compondo um cenário pouco habitual.

A previsão é de frio, devido à amplitude térmica da região. A temperatura deve girar em torno dos 15 graus, mas com ventos intensos que deixarão a sensação térmica abaixo dos oito.