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Qual será o papel de Mascherano na Argentina para a próxima Copa do Mundo
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Anunciado oficialmente no último dia 9, Javier Mascherano será o novo treinador da seleção sub-20 de futebol da Argentina. O ex-volante jogou por mais de 15 anos defendendo a camisa da seleção argentina e se tornou um dos atetas com mais partidas pela equipe, participando de dois Jogos Olímpicos, dois mundiais juvenis e quatro Copas do Mundo.
É claro que tal experiência será usada também pela seleção principal que se prepara para o Mundial do Qatar, no fim de 2022. Vale lembrar que Mascherano jogou ao lado de Lionel Scaloni (atual treinador), Walter Samuel, Roberto Ayala e Pablo Aimar (colaboradores de Scaloni). Sua boa relação com os quatro é um trunfo para a escolha dos tradicionais "sparrings", o grupo de juvenis que é mandado para os Mundiais para treinar com os profissionais.
Outras tarefas como o estudo dos adversários e a participação de reuniões para a tomada de decisões são esperadas pela AFA para envolver também Mascherano, que entrou no grupo da equipe nacional há um ano para gerir a metodologia e o desenvolvimento das seleções de base.
O "chefinho"
Hoje com 37 anos, Mascherano merece considerações totais na Argentina. Discreto e maduro, continua honrando o apelido de "El Jefecito" que recebeu ainda adolescente.
A imagem que muitos brasileiros têm de Mascherano - "volante que só batia" - não condiz com o olhar argentino para sua trajetória. Tanto é assim que ele foi convocado para a seleção azul e branca pela primeira vez antes mesmo de estrear nos profissionais do River Plate. O técnico da Argentina era ninguém menos que Marcelo Bielsa: "Tranquilos, o tempo me dará razão", repetia quando era questionado pela incomum presença de um Masche de 19 anos naquele 2003.
O volante que soube ser zagueiro no Barcelona de Guardiola - o maior time da história para muitos - asfaltou uma estrada sem buraco e de contorno preciso. Foi o recordista de presenças na seleção argentina, 147 jogos, e o que mais perdeu finais: cinco. Quatro Copas Américas (2004, 2007, 2015 e 2016) e uma Copa do Mundo, a de 2014, no Brasil.
Qualquer um imagina o peso de tantas derrotas em uma torcida apaixonada e triunfalista, e ainda assim Mascherano resistiu a todas. Só deixou de vestir azul e branco quando realmente chegou ao seu limite (Mundial 2018), e não quando alguém pediu.
Não precisou da cinta de capitão para impor liderança e entrega aos demais - outro sinal de discrição e sabedoria. Deu aulas de como "deixar a vida" em um campo de futebol.
Por falar em aulas, foi, de novo, sábio ao fazer o seu curso de técnico ainda quando jogava. Aproveitou o tempo livre sozinho na China para mergulhar nos estudos e receber o diploma de treinador antes mesmo dos 35 anos.
No Mundial de Clubes de 2015, antes de enfrentar o Barcelona que contava com Mascherano em campo, Marcelo Gallardo, badalado técnico do River, falou sobre os tempos em que ambos jogavam em Núñez e que Masche, com pouco mais de 20 anos, já preenchia o roteiro do bom treinador: entendia a tática, era apaixonado pelo conhecimento, sabia tratar os jogadores.
Poucos elogios são maiores, e poucas perspectivas são melhores - Mascherano, afinal, foi moldado por gente da talha de Guardiola, Bielsa, Pekerman, Sabella e tantos (Basile, Sampaoli, Passarella...) outros.
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