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Tales Torraga

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

River "voa" na Argentina e manda recado aos brasileiros na Libertadores

Zuculini, Suárez e De La Cruz comemoram gol do River contra Unión - Divulgação CARP
Zuculini, Suárez e De La Cruz comemoram gol do River contra Unión Imagem: Divulgação CARP

Colunista do UOL

26/07/2021 12h00

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Uma exibição de gala digna dos melhores tempos. Assim foi a goleada do River Plate ontem (25) no Monumental de Núñez, com um 4 a 0 arrasador sobre o Unión de Santa Fe. Foi uma das melhores atuações da Era Marcelo Gallardo no clube, e estamos falando de um período de mais de sete anos.

O River jogou com a formação da Libertadores e realmente voou em campo.

O ataque infernal contou com a melhor partida do excelente Matías "Orelha" Suárez em seus dois anos e meio de River. Ele fez um golaço (o do 2 a 0) com um chute de fora da área rigorosamente no ângulo, e antes já havia oferecido uma assistência precisa para Braian Romero para abrir o placar. O 3 a 0 contou com outra genialidade sua: um passe de calcanhar digno de Sócrates antes do gol de De La Cruz, o "De La Crack" das rádios e TVs.

A grande mudança de Gallardo neste River foi a entrada do volante "capanga" Bruno Zuculini, permitindo a Enzo Pérez jogar mais solto e voltar a seu nível de estrela da seleção argentina. Um antecedente. Em 2015, o técnico pôs o "Leão" Ponzio para desempenhar a função hoje exercida por Zuculini e permitir uma outra dinâmica a Kranevitter.

Deu tão certo que o time terminou aquela Libertadores com o título e um folgado 3 a 0 ante os mexicanos do Tigre.

O reforço defensivo no meio-campo não é a única virtude da equipe. Armani voltou a ser a versão 2021 do Pato Fillol, e os laterais mesclam a dinâmica e a marcação forte tão exigida por Gallardo. Montiel, pela direita, dispensa apresentações depois da brilhante atuação na final da Copa América contra o Brasil. E Angileri, pela esquerda, justifica a titularidade deixando até outro lateral de seleção no banco, o experiente Milton Casco.

Seus chutaços lhe rendem até o apelido de "Roberto Carlos Angileri".

A dupla de zagueiros encaixou bem com o reforço de marcação no meio. Paulo Díaz vive seu melhor momento no River e justifica a fama que o levou a ser o capitão da seleção chilena. E o paraguaio David Martínez é um parceiro à altura. Maidana, Pinola e Rojas foram para o banco com toda a justiça.

Até o intermitente Carrascal, o "Neymar colombiano", vem jogando bem.

O Brasil está perto do recorde de participantes nas quartas da Libertadores. Jamais a Copa viu cinco times do mesmo país. Flamengo, Atlético-MG, São Paulo e Palmeiras já se garantiram e só uma total surpresa tira o Fluminense.

Pela Argentina, o representante único River Plate vem mostrando plenas condições de provar que sua grande qualidade compensa, afinal, a pequena quantidade de times do país.

Jogando desta maneira, e vendo o sofrimento do Atlético-MG com o Boca Juniors, dá até para imaginar o River entrando no confronto como favorito. E em condições iguais contra São Paulo, Palmeiras e Flamengo. Cruzar com Palmeiras ou Flamengo seria um perfeito tira-teima. Os teimosos torcedores do River consideram até hoje enorme injustiça tanto a derrota na final de 2019 (para o Fla) como na semi de 2020 (para o "VARmeiras", como gozam).